O dólar fechou a quarta-feira em alta firme ante o real, próximo dos R$5,70, sustentado pelo avanço da moeda norte-americana no exterior e pela cautela dos investidores em relação ao desdobramento das mudanças no IOF no Brasil.
A pressão de alta foi atenuada à tarde após a Reuters informar que parte da perda de arrecadação com o recuo do governo sobre o imposto será coberta pelo resgate de fundos garantidores, mas ainda assim o dólar se manteve em alta.
Qual a cotação do dólar hoje?
A moeda norte-americana à vista fechou com valorização de 0,87%, aos R$5,6956. No mês, a divisa acumula alta de 0,34%.
Às 17h16 na B3 o dólar para junho — atualmente o mais líquido — subia 0,93%, aos R$5,6960.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,695
- Venda: R$ 5,695
Dólar turismo
Venda: R$ 5,719
Compra: R$ 5,899
O que aconteceu com dólar hoje?
Após abertura em alta, a valorização do dólar ganhou força com rumores de recuo nas mudanças do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta quarta-feira (28) que a pasta está sensível a pleitos do setor financeiro e vai se “debruçar” sobre alternativas à medida que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em diversas operações.
As declarações foram dadas em entrevista à imprensa após reunião com representantes de bancos.
“Eles trouxeram como isso impacta as operações do mercado de crédito brasileiro de maneira legítima, a gente está sensível, aberto a esse diálogo, nós vamos nos debruçar sobre as alternativas”, disse Durigan.
Antes disso, entre os destaques da sessão, está o relatório do Caged sobre a abertura de vagas de trabalho formais para abril. O Brasil abriu 257.528 vagas formais de trabalho em abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Analistas consultados pela Reuters projetavam a criação de 175.000 vagas formais no mês anterior, acima das 71.576 vagas de março.
No momento, operadores precificam 93% de chance de que os membros do BC deixem a Selic inalterada na reunião de junho. A autarquia já sinalizou, entretanto, que o atual cenário pede a manutenção dos juros altos por tempo maior do que o usual.
“Vemos o Copom com a taxa Selic em 14,75% a partir de agora, com o ciclo de corte de juros mais provável de começar somente no ano que vem, dado o estreito hiato de produção e as expectativas de inflação desancoradas”, disseram analistas do Citi em nota.
Notícias fiscais também podem moldar as negociações, já que os agentes seguem repercutindo o anúncio do governo na semana passada de aumentos nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com o Executivo recuando de alguns elementos da medida.
No cenário externo, os mercados globais de câmbio tinham pouca volatilidade neste pregão, com os investidores à espera de novidades sobre as negociações comerciais dos EUA com seus parceiros, em particular a União Europeia.
O otimismo tem prevalecido nesta semana após o presidente dos EUA, Donald Trump, recuar no fim de semana de sua ameaça de impor taxas de 50% sobre os produtos europeus a partir de 1º de junho, adiando a implementação para 9 de julho a fim de permitir negociações.
A maior economia do mundo já alcançou entendimentos tarifários com China e Reino Unido. Novos anúncios podem aliviar ainda mais os temores dos mercados sobre os impactos econômicos da política comercial frequentemente errática dos EUA.
Pela tarde, os agentes ainda avaliarão a ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, às 15h, quando os membros optaram por deixar a taxa de juros inalterada, enquanto avaliam as incertezas geradas pelas tarifas dos EUA.
(Com Reuters)