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Bolsonaro diz que não deixará o Brasil e desafia: “Me prendam, pô”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (16) que, mesmo diante da possibilidade de ser condenado, não deixará o Brasil. Em entrevista à rádio Auriverde, Bolsonaro disse ter recebido conselhos para deixar o país, mas descartou essa possibilidade. “Alguns falam que eu devia sair do Brasil. Não vou sair do Brasil, me prendam, pô. Está previsto quarenta anos de cadeia, me prendam”, afirmou.


Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de participar de um plano para derrubar o governo democraticamente eleito. As acusações contra o ex-presidente incluem crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado. Se condenado, Bolsonaro pode enfrentar uma pena de até 39 anos de prisão.


Aos 70 anos, Bolsonaro declarou que uma condenação seria praticamente uma sentença de morte. “Eu estou com 70 anos já, quase morri na última cirurgia, vou morrer, não vai demorar. (…) Tenho quarenta anos de cadeia no lombo, não tenho recurso para lugar nenhum, eu vou morrer na cadeia”, afirmou. Ele reforçou sua posição de que as acusações são infundadas, classificando o suposto golpe como um “crime impossível”. “Qual crime? Crime impossível, da Minnie e do Pato Donald”, ironizou.


Durante a entrevista, o ex-presidente manteve seu discurso de que é vítima de perseguição política. Para Bolsonaro, o que estaria em curso é uma tentativa de tirá-lo do “radar político”. “O sistema quer me tirar do radar político porque a gente tem conhecimento, tem humildade de conversar com as pessoas, buscar informações e falar coisas certas”, afirmou.


Seus advogados argumentam que o ex-presidente não participou de qualquer ação para derrubar o governo e que as acusações não têm base jurídica. A defesa deve concentrar sua estratégia na tese de que Bolsonaro apenas exerceu seu direito à liberdade de expressão ao criticar o sistema eleitoral e o governo.


Caso seja condenado, ele poderá recorrer em liberdade até o trânsito em julgado do processo, quando não haverá mais possibilidade de recursos.


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