Tarifa total sobre a China vai a 145%, diz Casa Branca

As tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses foram a 145%, esclareceu a Casa Branca nesta quinta-feira (10) à emissora CNBC. O valor se refere aos 125% mencionados por Donald Trump na véspera, em resposta à retaliação de 84% promovida por Pequim, somados a 20% que já estavam em vigor antes do anúncio das chamadas “tarifas recíprocas”.


Segundo a Casa Branca, a sobretaxa de 20% havia sido aplicada por Trump no início deste ano, no âmbito das pressões a respeito do tráfico de fentanil.


A nova política tarifária vem sendo marcada por uma comunicação confusa, começando pelo anúncio na semana passada que deixou jornalistas e investidores com dúvidas a respeito da metodologia usada para o cálculo das taxas.


Em novo vaivém do presidente americano, ele anunciou na quarta-feira uma pausa de 90 dias nas “tarifas recíprocas”, mas manteve a alíquota global de 10% para mais de 180 países — não mudando, portanto, a situação do Brasil — e aumentou a tarifa sobre a China para 125%.


Com o esclarecimento da Casa Branca, no entanto, passou a ficar claro que a taxa sobre os produtos chineses será maior, de 145%. Segundo Trump, a medida teve efeito “imediato”.


Os mercados aceleram a queda após a informação vir à tona. Às 12h58, o índice Dow Jones recuava 3,85%, o S&P 500 caía 4,59% e o Nasdaq cedia 5,38%. No Brasil, o Ibovespa também recuava, pressionado por Nova York e pelo petróleo.


Tarifa sobre pacotes de baixo valor sobe pela 3ª vez

A ordem executiva responsável por aumentar a tarifa da China também incluiu elevação da taxa sobre importações chinesas de baixo valor, atingindo em cheio as vendas de varejistas como Shein e Temu.


A medida, que entra em vigor no dia 2 de maio, eleva para 120% a alíquota aplicada a remessas com valor de até US$ 800. Trata-se do terceiro aumento nas tarifas de “de minimis”, como são chamadas nos EUA, em apenas oito dias. Na terça-feira, Trump já havia elevado essa taxa para 90%, triplicando o nível anterior.


Até este ano, a isenção de tarifas para remessas de pequeno valor (de minimis) oferecia uma vantagem significativa para plataformas de comércio eletrônico baseadas na China. A nova medida representa um forte revés para esse modelo de negócios.


Além do aumento percentual, a ordem estabelece um custo fixo por pacote: US$ 100 a partir de 2 de maio, com nova elevação para US$ 200 em 1º de junho. Transportadoras que realizam as entregas poderão escolher entre pagar a alíquota percentual ou a tarifa fixa por pacote — mas só poderão alterar essa escolha uma vez por mês.


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