No Dia do Corno, Associação comemora 60 mil filiados no Acre

No dia 25 de abril, celebra-se o Dia do Corno, uma data que, no Acre, ganha destaque com o trabalho da Associação dos Cornos do Acre (Ascornacre). Em entrevista, o presidente da entidade, Tiago Farias, revelou números impressionantes, mudanças de comportamento e os impactos da pandemia na chamada “cornalidade” acreana, além de apontar os locais com maior índice de pessoas traídas no estado.


Números expressivos e crescimento contínuo


A Ascornacre, que há 15 anos ampara homens e mulheres traídos, contabiliza cerca de 60 mil filiados no Acre, número que não inclui aqueles ainda não cadastrados. “Temos cornos em todos os municípios, mas muitos ainda estão desamparados. Nosso trabalho é trazê-los para a associação, acolhê-los e representá-los. Nos últimos anos, o aumento foi estrondoso especialmente em cidades como Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Assis Brasil e Brasiléia”, afirma Farias. Segundo ele, o Acre lidera o ranking nacional como o estado com maior proporção de cornos.


O presidente da entidade, Tiago Farias – Foto: Arquivo

Apesar do crescimento de seu público alvo, no entanto, a associação aponta que o perfil do corno acreano mudou significativamente. “O corno hoje é mais manso, de mente aberta, aceita melhor certas situações. Quando não aceita, conversa ou vai embora”, explica Farias. A Ascornacre tem promovido ações como palestras e cursos contra a violência doméstica e o feminicídio, além de organizar eventos como a Segunda Conferência dos Cornos do Acre, que discutirá o comportamento do corno no casamento, no relacionamento e na sociedade. “Queremos um corno pacífico, que contribua para a sociedade”, destaca o presidente.


Impacto da pandemia: uma pausa na cornalidade


A pandemia de Covid-19 trouxe um cenário inusitado. Com as restrições de circulação, os cornos passaram mais tempo em casa, o que, segundo Farias, resultou em uma “acalmaria” na cornalidade. “O corno ficou em casa, não podia sair, então a traição parou, ficou estagnada. Foi um momento de mais alegria no relacionamento”, relata. Apesar disso, a pandemia também trouxe perdas, com muitos filiados falecendo devido ao vírus. “Os que escaparam estão aqui para contar a história”, completa.


Locais com maior índice de cornos


No ranking estadual, Rio Branco lidera como a capital da cornalidade, seguida por Cruzeiro do Sul, que, segundo estudos da Ascornacre, pode ultrapassar a capital em meses. “Cruzeiro do Sul está crescendo muito, e talvez até o final deste ano já lidere. Estamos considerando transferir a sede da associação para lá”, revela Farias. Na capital, os bairros com maior incidência são Nova Estação, que ocupa o topo, seguido pelo Bosque, Universitário, Alto Alegre, Jorge Lavocat, Montanhês e Esperança. “Nova Estação é o point da cornalidade em Rio Branco”, brinca o presidente.


Saúde mental e apoio psicológico


A Ascornacre diz mantém uma equipe de 12 psicólogos e 4 psicanalistas para cuidar da saúde mental dos filiados. “O corno é o bicho que mais adoece. A ciência comprova que a imunidade baixa com o abalo psicológico, deixando-o suscetível a doenças”, explica Farias. A associação promove simpósios, como o recente “Saúde Mental do Corno”, e planeja ter parceria com governo e prefeituras para mutirões itinerantes. Um marco importante é a redução de casos de suicídio entre cornos, que caiu a zero nos últimos anos, graças a um sistema de atendimento imediato por telefone.


Êxodo de cornos e impacto nacional


Outro fenômeno é a migração de cornos acrianos para o Sul e o Nordeste do país, o que tem impactado a associação. “Estamos perdendo bons cornos, mas, por outro lado, o corno acriano é respeitado onde chega. Ele é bonito, diferenciado, e leva nossa cornalidade como exemplo para o Brasil”, afirma Farias. A Ascornacre emite cartas de recomendação para que os migrantes sejam bem recebidos por associações em outros estados.


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