As duas primeiras rodadas do Brasileirão mostram o motivo de a gestão anterior do Flamengo considerar essencial a construção de um estádio próprio. Repetindo o mesmo problema que já vinha acontecendo nas outras edições do Nacional, o Maracanã continua um grande problema para quem manda as suas partidas por lá.
O InfoMoney fez um levantamento por meio dos boletins financeiros enviados pelas federações locais para a CBF e detalha os números do estádio municipal do Rio de Janeiro que é gerido em conjunto pela dupla Fla-Flu.
O Flamengo teve, disparado, a maior arrecadação com venda de ingressos até aqui. Foram R$ 3.150.315,00 com a venda de bilhetes para a partida contra o Internacional. Mas desse total, “apenas” R$ 1.496.823,35 foram de fato para os cofres do clube, o que significa 53% de custos no total.
Toda essa diferença de R$ 1.653.491,65 precisou ser usada para o pagamento das despesas da partida. Desse total, R$ 965 mil são classificados como despesas do estádio. Há, ainda, uma perda superior a R$ 100 mil com ingressos promocionais e quase R$ 150 mil com taxas para a federação do Rio de Janeiro (FERJ).
O Fluminense também atuou no Maracanã e sofreu com o mesmo problema. O time vendeu quase 20 mil ingressos, arrecadou R$ 866.231,50 e ainda assim precisou colocar a mão no bolso para pagar todos os custos. A renda líquida da partida na vitória contra o Red Bull Bragantino foi negativa: -R$ 227.723,68. Ou seja, o custo dessa partida foi de R$ 1.093.955,18.
Ao todo, o Maracanã já teve custo de mais de R$ 2,7 milhões em apenas duas partidas. Nesta rodada, o Fluminense volta a atuar no palco ao receber o Santos, no domingo. A previsão é de novo prejuízo ou, no máximo, um borderô que fique próximo do zero a zero.
Por conta disso e também para ganhar capital político, a gestão passada do Flamengo comprou um terreno no Rio de Janeiro no valor de quase R$139 milhões. Após as eleições e a mudança do grupo que está no comando, no entanto, o projeto de um novo estádio foi colocado na geladeira.
Para termos de comparação, o Corinthians teve a segunda maior arrecadação até aqui, com R$ 2.958.819,70, mas pôde ficar com R$ 1.672.277,03, o que significa um custo total de 44% em cima do que foi arrecadado.
O Palmeiras é o time que teve a maior arrecadação líquida nessas duas primeiras rodadas. Com o ticket médio mais caro do país, o time arrecadou R$ 1.949.730,05, sendo que a sua receita bruta foi de R$ 2.802.427,70. Ou seja, um custo de apenas 30% em cima do total que foi gerado com a venda de bilhetes.
Ao todo, os 20 clubes do Brasileirão arrecadaram R$ 12.946.157,30 com a venda de ingressos nas duas primeiras rodadas do Brasileirão. A bilheteria é tradicionalmente uma das três maiores fontes receitas dos principais clubes do país.