Por unanimidade, a segunda turma Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2) condenou o político e empresário Pablo Marçal ao pagamento de cerca de R$ 1,346 milhão à família de Celso Guimarães Silva, de 49 anos, que morreu durante a prestação de serviço para a empresa Marçal Participações LTDA.
O profissional especializado nas instalação elétrica em estúdios de produção audiovisual trabalhava na desmontagem de cinema em Alphaville, bairro nobre dos municípios de Barueri (SP) e Santana de Parnaíba (SP), quando sofreu uma descarga elétrica e caiu no chão de uma altura de 4 metros em junho de 2023.
A vítima foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada para o Hospital Municipal de Barueri — e não resistiu aos ferimentos.
Um laudo pericial da Polícia Civil apontou que o ambiente de trabalho era inseguro, devido à fiação elétrica exposta e sem isolamento e pela ausência ou falta de estrutura para uso correto de equipamentos de segurança.
Além da indenização por dano material da morte de Celso Guimarães, a Justiça determinou o pagamento de R$ 564.800,00 à esposa da vítima por indenização por danos morais e para o custo do tratamento psiquiátrico da esposa. Os quase R$ 2 milhões de indenizações devem ser pagos pela empresa de Marçal em conjunto com outras duas empresas responsáveis pela locação do imóvel e pela rede elétrica.
Pablo Marçal foi procurado pela CNN e optou por não se manifestar.
A desembargadora e relatora do caso, Cândida Alves Leão, destacou na decisão, da última quarta-feira (9), que a condição insegura do trabalho foi constatada também pelo relato da vítima por meio de vídeo no hospital e pelo depoimento de funcionários que presenciaram o acidente.

O processo, que corre em segredo de justiça, teve a sentença improcedida em primeira instância, na 5ª Vara Do Trabalho De Barueri, e foi reformado a segunda turma do TRT2, após o advogado da família especialista em indenização, Eduardo Barbosa, recorrer à Justiça.
Celso Guimarães era conhecido entre seus colegas de profissão e trabalhou como maquinista em vários filmes de sucesso, como em Tropa de Elite (2007). Questionado pela CNN sobre o processo, o advogado da família de Celso disse não ter nada a declarar.