Em velório, família cobra justiça por 2ª vítima de acidente em rodovia no Acre

Carpegiane de Freitas Lopes morreu neste domingo (20) — Foto: Arquivo pessoal

Após a morte de Carpegiane Freitas Lopes, segunda vítima da colisão entre uma caminhonete e três motocicletas em Rio Branco, familiares e amigos dele se despediram durante velório na Igreja Casa da Benção, na manhã desta segunda-feira (21).


A morte ocorreu no começo da tarde desse domingo (20) e foi confirmada por Jordane Negreiros, um colega de trabalho de três das vítimas.


Francisco Freitas, tio de Carpegiane, ressaltou que o técnico de instalações de segurança era um homem dedicado à família e um trabalhador esforçado. Ele destacou ainda que a família não quer vingança, mas sim que a justiça seja feita e o suspeito seja punido.


“O Carpegiane era um pai de família, um homem trabalhador, um cristão dedicado. Tanto é que nós estamos aqui em frente desse templo, fazendo as despedidas do seu corpo, porque nós sabemos que ele já está com Deus, né? Por ser aquele pai de família que cuidava da sua família, que criou seus filhos, por ser um homem honrado e que vai nos deixar muita falta. A família do Carpegiane, a gente não quer vingança, nós queremos justiça. Queremos que a justiça seja feita, que nós viemos aqui cobrar da instituição Polícia Rodoviária Federal que não deixe que o nome da instituição seja machado de sangue”, declarou.


Francisco Freitas, tio de Carpegiane: "Não queremos vingança, queremos justiça" — Foto: Junior Andrade/Rede Amazônica Acre

Francisco Freitas, tio de Carpegiane: “Não queremos vingança, queremos justiça” — Foto: Junior Andrade/Rede Amazônica Acre

As famílias das vítimas do acidente têm concordado com afirmações que circularam as redes sociais desde a colisão, de que o suspeito, Talysson Duarte, foi favorecido, por ter sido liberado pela PRF sem ser conduzido a uma delegacia. A corporação nega.


De acordo com o tio de Carpegiane, a polícia precisa reconhecer a falha, punir os agentes que atenderam a ocorrência e esclarecer porque ele foi liberado. Conforme a PRF, Duarte foi liberado devido a um suposto risco de agressão no local. Entretanto, o órgão não informou porque ele não foi levado para prestar depoimento.


“Quando há um acidente com óbito, tem que levar o condutor para a delegacia, a polícia está bem aparelhada, com armas letais, não tem aquela versão de que a população ia lixar não cabe nesse caso, porque a polícia está bem aparelhada. Se a polícia não vier dar proteção a uma pessoa, nós queremos acreditar que a polícia está colapsada, não é isso que vemos”, acrescentou.


Fábio Farias de Lima (à esquerda) e Carpegiane de Freitas Lopes (à direita), que morreu neste domingo (20) — Foto: Arquivo pessoal

Fábio Farias de Lima (à esquerda) e Carpegiane de Freitas Lopes (à direita), que morreu neste domingo (20) — Foto: Arquivo pessoal

Motorista entrou na pista contrária

 


Talysson Duarte é apontado como o condutor da caminhonete que invadiu a pista contrária atingindo três motocicletas na última quinta-feira (17), segundo testemunhas.


Em duas dessas motos estavam Macio Pinheiro da Silva que morreu na hora, Carpegiane Lopes e Fábio Farias de Lima, que segue internado após sofrer diversas fraturas. Os três eram funcionários da Empresa Estação VIP e voltavam de um serviço no Segundo Distrito. A empresa divulgou nota de pesar.


Macio Pinheiro da Silva, de 45 anos, foi atropelado por uma caminhonete e morreu na Via Verde — Foto: Arquivo pessoal

Macio Pinheiro da Silva, de 45 anos, foi atropelado por uma caminhonete e morreu na Via Verde — Foto: Arquivo pessoal

A quarta vítima foi identificada como Rayane Xavier de Lima. Ela não é servidora da empresa. O g1 não conseguiu informações sobre o estado de saúde dela até a última atualização desta reportagem.


Fábio de Lima teve uma fratura na face e outra em uma das mãos, perdeu um dedo do pé e também sofreu duas perfurações nos pulmões. Ele passou por cirurgia na região da bacia, e segue na UTI. Já Carpegiane Lopes fraturou os dois braços e as duas pernas.


“O Fábio ainda está com luxação na bacia, estão com medo de hemorragia, mas, mesmo com a sedação, apresenta movimentos”, lamentou Negreiros.


 


Sobre o motorista da caminhonete, Jordane disse que não tem informações se ele presta alguma assistência às vítimas. “Também não sabemos se ele se entregou em alguma delegacia. Também não procurou ninguém da empresa”, confirmou.


De acordo com a PRF-AC, todas as informações, incluindo boletim de ocorrência, foram encaminhados à Polícia Civil, que deve seguir com o caso.


“A Polícia Rodoviária Federal apresentou uma ocorrência com os dados do condutor, com o teste etilômetro feito. Está à disposição também da Polícia Civil o laudo pericial que vamos realizar. A PRF fez o seu papel, a gente entende o calor da emoção que afetou aquelas pessoas, nós nos solidarizamos, sentimos muito pelo óbito, mas não prosperam as informações que estão circulando em vídeos”, acrescentou.


 


A liberação do condutor, inclusive, foi contestada pelo deputado federal coronel Ulysses, esposo da dona da Empresa VIP. O coronel destacou que acionou o secretário de Segurança Pública do Acre, coronel João Américo Gaia, e a diretoria da PRF-AC para ter informações mais precisas sobre a condução do motorista para a delegacia.


Carro ficou parado às margens da rodovia — Foto: Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre

Carro ficou parado às margens da rodovia — Foto: Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre

Fonte: G1 Acre

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