O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) subiu o tom nesta sexta-feira (4) contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), por sua postura em relação ao projeto que prevê a anistia de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Em entrevista à rádio Auriverde, Eduardo afirmou que Motta tem “falado como um esquerdista do PSOL” ao se posicionar contra a proposta, que é prioridade para o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Ele tem falado basicamente igual a um esquerdista do PSOL, dizendo que é contra a anistia, a democracia e aquelas questões todas que estamos acostumados a ouvir da boca de Lula e dos puxadinhos do PT”, declarou.
“A pressão popular é essencial. Hugo Motta, em bom português, está sendo ameaçado. Ele vai negar isso publicamente e deve fazê-lo se for perguntado. Antes do jantar dele com Moraes, a opinião dele era bem clara a favor da anistia”, afirmou.
Eduardo também afirmou que pode renunciar ao mandato de deputado federal.
Eduardo também indicou que pode renunciar ao mandato de deputado federal. Licenciado por 120 dias e atualmente nos Estados Unidos, ele justificou a decisão como parte de um esforço para “resgatar a liberdade eleitoral do Brasil”.
“Decidimos ficar aqui nos Estados Unidos por tempo indeterminado. Consegui uma licença de 120 dias no Congresso, mas, se for necessário, vou abdicar do meu cargo de deputado federal”, declarou.
A estadia nos EUA foi anunciada em 18 de março, quando Eduardo expressou temor de ter o passaporte apreendido ou de ser alvo de prisão ao retornar ao Brasil. No mesmo dia, o STF e a PGR arquivaram um pedido do PT que acusava o deputado de “atuar contra os interesses nacionais” e “constranger o Supremo”.
O filho do ex-presidente tem atuado como principal articulador da direita brasileira com o entorno do presidente norte-americano Donald Trump. Na entrevista, voltou a acusar o governo Lula e o Judiciário de “excessos” contra aliados de Bolsonaro.
Eduardo também era cotado para presidir a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Credn) da Câmara, mas enfrentou resistência de partidos como o PT, que temiam que o parlamentar utilizasse a função para minar a diplomacia do governo.