A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) afirmou nesta quarta-feira (16) que teve o visto de entrada nos Estados Unidos emitido com o marcador de gênero masculino, mesmo após apresentar documentos oficiais brasileiros que reconhecem seu gênero feminino.
O caso é semelhante ao relatado pela também deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), e ambas apontam transfobia institucional por parte do governo norte-americano.
Em publicação nas redes sociais, Salabert relatou que havia sido convidada para participar de um curso sobre desenvolvimento na primeira infância, em parceria com a Universidade Harvard. No momento da renovação do visto, que estava vencido, foi informada pelas autoridades dos EUA de que o novo documento traria a designação de gênero como “masculino”, sob a justificativa de que sua identidade de gênero é de “conhecimento público”.
“Minha identidade de gênero, reconhecida legalmente pelo Estado brasileiro, seria simplesmente ignorada. Isso é mais do que transfobia: é um desrespeito à soberania do Brasil e aos direitos humanos mais básicos”, escreveu a parlamentar.
A deputada disse estar em tratativas com o Itamaraty para resolver a situação por vias diplomáticas. Segundo ela, o objetivo é garantir que a identidade de gênero reconhecida em documentos oficiais, como sua certidão de nascimento e passaporte, seja respeitada internacionalmente.
Salabert também manifestou solidariedade à colega Erika Hilton, que enfrentou situação semelhante ao tentar viajar aos EUA para participar de um evento na Harvard Brazil Conference. Ambas integram a bancada trans do Congresso e denunciam que a política do governo Trump promove exclusão e retrocessos nos direitos de pessoas LGBTQIA+.
“Essa decisão do governo dos EUA é, sem rodeios, discriminatória”, concluiu Salabert.