O dólar completou nesta terça-feira a oitava sessão consecutiva de perdas, a R$ 5,63, dando continuidade ao movimento mais recente de valorização dos ativos brasileiros, com investidores à espera da divulgação de novos dados econômicos nos EUA no restante da semana. A expectativa de novo alívio na política tarifária dos EUA também favorecia algumas moedas de emergentes, como o real.
Nesta terça, o relatório JOLTs informou que as vagas de emprego em aberto nos Estados Unidos caíram de forma acentuada em março, mas um declínio nas demissões sugeriu que o mercado de trabalho permaneceu em uma base sólida, apesar de uma política tarifária em constante mudança estar fomentando incertezas sobre a maior economia do mundo.
As vagas de emprego em aberto, uma medida da demanda de mão de obra, caíram em 288.000, para 7,192 milhões no último dia de março, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório Jolts nesta terça-feira.
Na cena doméstica, em entrevista coletiva nesta terça, Galípolo reforçou que segue vigente a visão apresentada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em março, quando a taxa básica Selic subiu 100 pontos-base, para 14,25% ao ano, e o colegiado indicou aumento de menor magnitude em maio.
“A gente está respondendo a uma dinâmica de inflação que é desafiadora, o que justifica a extensão do ciclo”, disse Galípolo.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial fechou em queda de 0,31%, a R$ 5,630 na compra e R$ 5,631 na venda. Nos últimos oito dias úteis a divisa acumulou perdas de 4,42%. Em abril a moeda acumula queda de 1,34%.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,49%, a R$ 5,630.
Na segunda-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,73%, a R$5,6485.
Dólar comercial
- • Compra: R$ 5,630
- • Venda: R$ 5,631
Dólar turismo
- • Compra: R$ 5,680
- • Venda: R$ 5,860
O que aconteceu com o dólar hoje?
Os movimentos da divisa brasileira ocorriam em meio a um cenário mais positivo para a moeda norte-americana no exterior mais cedo, com avanços modestos sobre pares fortes, como o euro e o iene, e pares emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
Por trás dos ganhos ligeiros estava um novo alívio na política comercial dos EUA, com autoridades norte-americanas sinalizando na véspera que o governo reduzirá o impacto das tarifas sobre automóveis ao aliviar as taxas impostas em peças estrangeiras para veículos produzidos em solo norte-americano.
O governo também evitará que as tarifas sobre automóveis estrangeiros se acumulem sobre outras taxas, em um acordo que o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, chamou de “grande vitória” para a política do governo.
Uma vez que as incertezas sobre as tarifas dos EUA têm sido um fator baixista para o dólar, em meio aos receios pelos impactos na maior economia do mundo, a divisa norte-americana se recuperava em alguns mercados pelo mundo, com investidores retomando algumas posições compradas na moeda de reserva global.
Por outro lado, ainda havia um certo sentimento de cautela nos mercados, controlando os movimentos cambiais, já que os agentes financeiros aguardam a publicação de uma série de dados importantes ao longo da semana que podem influenciar as negociações.
O destaque será a divulgação do relatório mensal de emprego dos EUA na sexta-feira, com expectativa de desaceleração na abertura de postos de trabalho. Também estarão no radar números de inflação e de Produto Interno Bruto (PIB), ambos na quarta-feira.