Dólar se aproxima de R$ 5,90 e bolsas globais desabam com guerra comercial

As fortes perdas nos mercados de ações globais continuam nesta segunda-feira (7) refletindo o pânico dos investidores com a intensificação da guerra comercial na sexta-feira (4), quando a China anunciou retaliação contra as tarifas dos Estados Unidos.


O câmbio, no Brasil, abriu o dia em alta, cotado a R$ 5,88 na venda. Às 09h28, a moeda acelerava alta, subindo 0,83%, a R$ 5,8930.


Em Wall Street, os índices futuros já apresentam forte queda, enquanto alguns índices da Ásia contabilizaram piores resultados desde 1997. O pregão na B3 ainda segue fechado e a abertura ocorre às 10h (horário de Brasília).


Veja os mercados pelo mundo:


Nos Estados Unidos

Os futuros dos principais índices de Wall Street despencavam, e o S&P 500 parecia a caminho de um “bear market” (mercado baixista), com os investidores buscando títulos devido a preocupações sobre as consequências dos planos tarifários de Donald Trump.


Os futuros do S&P 500 caíram mais de 20% em relação ao seu pico, sugerindo que o índice de referência está em um “bear market” desde fevereiro se fechar 20% abaixo de suas máximas históricas.


Trump disse a repórteres no domingo (6) que os investidores devem suportar as consequências de sua ações e que ele se absterá de negociar com a China até que o déficit comercial dos EUA seja resolvido.


Nas duas sessões após a decisão tarifária de Trump, o S&P 500 caiu 10,5%, apagando quase US$ 5 trilhões em valor de mercado e marcando sua perda de dois dias mais significativa desde março de 2020.


O futuro do S&P 500 caía 1,97%, enquanto o contrato futuro do Nasdaq 100 tinha queda de 2,15%, e o futuro do Dow Jones recuava 2,02%.


Na Europa

O principal índice acionário da Europa recuou para o seu menor nível em 16 meses nesta segunda-feira, com os investidores ponderando sobre a possibilidade de uma recessão, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não forneceu sinais de que vai desistir de sua agressiva guerra comercial.


O índice STOXX 600 caía 4,2%, a 475,15 pontos, recuando pela quarta sessão consecutiva e a caminho de seu maior declínio percentual em um dia desde a pandemia da Covid-19.


No fim de semana, Trump disse a repórteres que ele não fará um acordo com a China até que o déficit comercial dos EUA seja resolvido, provocando uma nova onda de perdas nos mercados asiáticos.


“Havia alguma esperança no fim de semana de que talvez pudéssemos ver o início de uma negociação, mas as mensagens que vimos até agora sugerem que o presidente Trump está confortável com a reação do mercado e que ele vai continuar nesse curso”, disse Richard Flax, diretor de investimentos da Moneyfarm.


Os países da União Europeia estão avaliando a aprovação de um primeiro conjunto de contramedidas direcionadas a até US$28 bilhões em importações dos EUA nos próximos dias.


O bloco enfrenta tarifas de importação de 25% sobre aço, alumínio e automóveis e tarifas “recíprocas” de 20% para quase todos os outros produtos.


O índice de referência está cerca de 17% abaixo de sua máxima histórica, atingida em março, antes que as preocupações com as consequências econômicas da política comercial de Trump derrubassem os mercados globais.


Na Ásia

Na Ásia, o principal índice acionário de Hong Kong sofreu sua maior queda desde 1997 nesta segunda-feira (7).


O índice Hang Seng caiu 13,22%, a maior queda diária desde 1997, com as ações de empresas de tecnologia, energia solar, bancos e varejistas online afundando, uma vez que os investidores venderam qualquer ativo ligado ao crescimento e ao comércio global.


O índice CSI300 fechou em queda de 7,05%, já que a Central Huijin, ou a chamada “equipe nacional” de investidores apoiados pelo Estado, disse que aumentou as participações em ações chinesas para defender a estabilidade do mercado.


Na ausência de qualquer indício de recuo por parte da Casa Branca, o foco dos investidores estará em Pequim, que pode apresentar medidas para apoiar os exportadores chineses e fortalecer a economia doméstica.


Petróleo

Os preços do petróleo registram novas perdas nesta segunda-feira, caindo 3%, conforme a escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China alimenta os temores de uma recessão que reduziria a demanda por petróleo, enquanto a Opep+ prepara um aumento da oferta.


Os valores de referência do Brent e do WTI caíam ao menor nível desde abril de 2021.


Os futuros do Brent perdiam US$ 1,74, ou 2,65%, para US$ 63,84 por barril às 7h55 (horário de Brasília), enquanto os do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíam US$ 1,64, ou 2,65%, para US$ 60,35.


O petróleo despencou 7% na sexta-feira, depois que a China elevou as tarifas sobre os produtos dos EUA, escalando uma guerra comercial que levou os investidores a precificar uma probabilidade maior de recessão.


Na semana passada, o Brent e o WTI perderam 10,9% e 10,6%, respectivamente.


Bitcoin

O Bitcoin (BTC), principal criptoativo do mercado, tombava mais de  7% na manhã desta segunda, atingindo o patamar de US$ 76.712 e deixando o patamar dos US$ 80 mil conquistado em meio à eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.


Outras criptomoedas sofreram quedas expressivas, como Ethereum (ETH) e Solana (SOL), que registraram quedas de quase 10%, e Ripple (XRP), com baixa de quase 7%, também na tarde deste domingo, segundo dados da plataforma Binance.


ETH e SOL estavam sendo cotadas, respectivamente, a US$ 1,618 e US$ 107,91; XRP custava US$ 1,99.


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