Durante entrevista concedida nesta segunda-feira, 14, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), voltou a se posicionar contra a criação de uma Guarda Municipal na capital acreana. A fala ocorreu durante o lançamento do Plano Plurianual (PPA) Participativo 2026-2029, uma iniciativa que busca envolver a população na definição das prioridades do município para os próximos quatro anos.
Segundo Bocalom, a proposta representa um modelo ultrapassado de segurança pública e não se alinha com o que considera ser uma tendência mundial, com o uso da tecnologia no monitoramento de espaços públicos.
“Enquanto eu for prefeito, não vai ter guarda municipal, porque guarda municipal é coisa de antigamente. Hoje, a segurança das escolas, das unidades de saúde e das praças é feita de forma moderna, como acontece no resto do mundo. Eu não vou andar na contramão do mundo. O mundo inteiro faz vigilância com câmeras. Por que é que eu tenho que andar na contramão?”, questionou Bocalom.

Foto: Whidy Melo/ac24horas
O prefeito reforçou que a instalação de câmeras e o uso de centrais de monitoramento têm se mostrado mais eficientes e menos custosos para os cofres públicos do que a contratação de agentes. “Antes, quando não tinha câmera, montava uma central de monitoramento e justificava ter um cidadão ali, olhando o que estava acontecendo nas escolas, nas praças e tal. E outra coisa: pra que mais uma polícia? Nós já temos uma quantidade enorme de polícia. O que a gente precisa é continuar fazendo parcerias, como estamos fazendo com a Polícia Militar do Estado do Acre. Instalamos 300 câmeras, entregando à Polícia Militar para fazer o trabalho. Olha o resultado que deu aqui no centro da cidade! Se eu tivesse contratado 50 guardas municipais, não teria dado o resultado que deram essas câmeras aqui. Então é isso, gente. Nós estamos em tempos modernos. Agora, é claro, tem uma turma que ainda vive nos velhos tempos”, concluiu.

Foto: Whidy Melo/ac24horas
O secretário municipal de Finanças, Wilson Leite, destacou os limites orçamentários da prefeitura para absorver uma estrutura como a proposta de criação da Guarda Municipal, defendida por alguns vereadores da capital. Segundo ele, o município está operando próximo ao limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) em relação ao gasto com pessoal.
“Bem, no ano de 2024, nós encerramos o exercício com uma capacidade de endividamento com folha de gasto de pessoal já bem restrita. Nós terminamos num limite de alerta. A gente tem que aguardar primeiramente a análise desses quatro primeiros números para saber se conseguimos diminuir esse gasto com o pessoal e, assim, absorver essa proposta do Legislativo. Então, isso vai depender de como se comportou o gasto de pessoal nesse próximo quadrimestre. A gente não pode dar nenhuma esperança de que esse projeto vai sair, até porque ficamos limitados. Aí, esse gasto de pessoal é o que é estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal”, explicou Wilson.