Cerca de um mês após se tornar réu por tentativa de golpe, Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), revelou estar foragido na Argentina. A confissão foi feita em uma entrevista gravada e transmitida pela rádio Massa FM, do interior do Paraná, na quarta-feira (26), mesma data em que o Supremo Tribunal Federal (STF) formalizou o recebimento da denúncia contra o ex-presidente e outros sete aliados.
Na entrevista, Léo Índio afirmou estar na Argentina há 22 dias e que, dentro de pouco mais de dois meses, precisará se apresentar às autoridades argentinas para atualização de seus documentos. Embora tenha se mostrado cauteloso quanto à localização exata, o próprio Léo Índio confirmou que ele estava no país vizinho, sem dar detalhes sobre sua rota de fuga.
O sobrinho de Bolsonaro ainda criticou a falta de ação de parlamentares aliados ao bolsonarismo em busca da aprovação de um projeto de anistia para os envolvidos na tentativa de golpe.
“Infelizmente, eu acho que não existe prioridade, por mais que eu tenha escutado isso o tempo inteiro. ‘Ah, é prioridade da direita, do PL, dos partidos aliados, pautar a anistia’. Prioridade? São dois anos!” disse, acrescentando que, em sua visão, o movimento para a anistia não avançou como esperado.
Sobre sua própria participação nos eventos de 8 de Janeiro, Léo Índio minimizou sua envolvência, afirmando que foi incluído no processo apenas por tirar uma selfie na Praça dos Três Poderes. “Não houve nenhuma imagem que me colocasse e me enquadrasse em nenhum desses crimes”, afirmou.
Léo Índio é acusado de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado.
Além disso, ele tentou uma vaga na Câmara de Vereadores de Cascavel (PR) nas eleições de 2020, mas não foi eleito, somando apenas 739 votos.