O senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou, nesta quinta-feira (20), que não se arrepende da fala em que sugeriu “enforcar” a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante um evento no Amazonas.
Apesar das críticas, especialmente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), que chamou a declaração de “completamente infeliz”, Valério insistiu que sua frase foi uma “brincadeira” e afirmou que, embora não repetiria o comentário, não se arrepende de tê-lo feito.
“Eu falei: ‘Imaginem vocês o que é ficar com a Marina por seis horas e 10 minutos sem ter vontade de enforcá-la’. Todo mundo riu, eu ri. Se você perguntar: ‘Você faria de novo?’ Não. Mas se me arrependo? Não. Foi uma brincadeira”, disse Valério, em uma defesa que minimizou a gravidade da frase.
O senador tentou justificar suas palavras, destacando seu histórico de respeito às mulheres. “Me acusar de machismo é até engraçado, o meu perfil está lá, é só olhar: eu fiquei viúvo, uma mulher, casei de novo, duas. Tenho três filhas, uma enteada, seis netas, três irmãs”, afirmou, ainda em tom defensivo.
Valério também afirmou que tratou Marina Silva com “toda educação”, enfatizando que respeitou a ministra por ela ser mulher, negra e frágil, apesar das divergências ideológicas. “Ela provocou e eu não entrei nisso, com toda a educação, por ser mulher, por ser ministra, por ser negra, por ser frágil, foi tratada com toda delicadeza, e ela sabe disso”, declarou o senador.
A declaração de Valério, no entanto, gerou forte repercussão, especialmente por parte de Marina Silva, que reagiu chamando a ameaça de “incitação à violência” e afirmou que “quem faz ameaças à vida dos outros de brincadeira e ri, só os psicopatas”. Ela também destacou que a frase foi direcionada a uma mulher negra e de origem humilde, em uma agenda que frequentemente confronta interesses específicos, o que, segundo a ministra, não deveria ser tratado com violência.
Além disso, deputadas de diversos partidos denunciaram o senador no Conselho de Ética, com assinaturas de figuras como Benedita da Silva (PT-RJ) e Tabata Amaral (PSB-SP), entre outras. A ação busca que o Senado tome medidas contra o comportamento do parlamentar.