Indígena de Feijó está com criança morta há três dias no útero

A indígena Andréia Shanenáwa está há cinco dias com fortes dores no Hospital de Feijó. Está grávida há sete meses. Há pelo menos três dias, ela está com a criança morta dentro dela. A família cobra do Governo do Acre transferência para que ela seja atendida em Rio Branco. Mas a direção do hospital espera uma vaga no Hospital Geral do Juruá, em Cruzeiro do Sul.


Essa é a terceira perda de Andréia Shanenáwa. “Minha irmã está com muitas dores e ninguém informa nada. Já está com cinco dias hoje. A barriga dela amanheceu inchada e ela está reclamando com muita dor. Isso é um descaso”, indignou-se Adriana Shanenáwa, irmã da paciente.


Protocolarmente, esses casos exigem tratamento com misoprostol, um medicamento que induz o corpo da paciente a expelir a criança. Existe um período limite para que isso ocorra. Entre sete e dez dias. O que o episódio demonstra é que a comunicação entre os profissionais da Saúde e o paciente e familiares não é feita da forma adequada.


E essa indução é importante para a proteção da própria paciente. A retirada por meio de cirurgia é sempre um risco para a mulher. É esse risco que os médicos diminuem ao obedecer ao protocolo. Mas isso precisa ser comunicado. Isso precisa ser dito de forma clara.


A Secretaria de Estado de Saúde, após a denúncia e após ser informada pelo ac24horas, vai transferir a paciente para o Hospital Geral do Juruá.


 


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