O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira (19), que não tem planos de retornar ao Brasil enquanto o ministro Alexandre de Moraes continuar no Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à CNN, Bolsonaro disse que só terá “tranquilidade” para voltar ao país quando o ministro não fizer mais parte da Suprema Corte ou for “posto no devido lugar dele”.
“Eu só terei tranquilidade para retornar ao Brasil quando Alexandre de Moraes não for mais ministro da Suprema Corte ou for posto no devido lugar dele. Não tem a possibilidade de eu retornar ao Brasil. Eu não serei mais um inocente preso justamente para ver minha esposa visitar um presídio e meus filhos crescerem sem minha presença. Isso daí não é justiça, isso daí não é democracia”, afirmou Bolsonaro.
O congressista também mencionou a possibilidade de disputar uma vaga no Senado Federal pelo estado de São Paulo nas eleições de 2026. Contudo, logo em seguida, ponderou que essa decisão só fará sentido se houver uma mudança significativa no “cenário político brasileiro”.
Eduardo Bolsonaro anunciou no início da semana que pedirá licença do cargo na Câmara dos Deputados, embora ainda não tenha formalizado seu requerimento. Sua assessoria informou que os trâmites burocráticos estavam sendo realizados e devem ser concluídos nesta quinta-feira (20).
Durante a entrevista, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, acusando-os de trabalharem juntos para criar uma “situação de guerra comercial” entre o Brasil e os Estados Unidos.
“O Alexandre de Moraes está abusando e desrespeitando a soberania americana. Se ele expulsar empresas americanas do Brasil, com o [Donald] Trump, isso vai ser visto como uma situação de guerra comercial. O que vai chegar aqui fora não é o Alexandre de Moraes, é o Brasil”, disse.
Ele também acusou o governo Lula de criticar constantemente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em sintonia com as ações de Moraes.