Em uma sessão marcada pela disputa pela formação da Ptax de fim de mês e de trimestre, o dólar fechou a segunda-feira em baixa de quase 1% ante o real, na contramão do avanço da moeda norte-americana ante boa parte de demais divisas no exterior, em meio à expectativa pela aplicação de novas tarifas de importação pelos Estados Unidos a partir de quarta-feira.
Trump deve receber recomendações sobre as tarifas na terça-feira e fazer um anúncio na quarta, com a entrada em vigor no dia seguinte de tarifas sobre automóveis.
Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
No encerramento de trimestres a disputa é ainda mais acirrada, já que a Ptax serve de referência para balanços de empresas com operações internacionais.
Qual é a cotação do dólar hoje?
A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 0,97%, aos R$5,7069. No ano, a divisa acumula queda de 7,64% ante o real.
Às 17h03, na B3, o dólar para maio — que nesta sessão passou a ser o mais líquido no Brasil — cedia 0,94%, aos R$5,7355.
Dólar comercial
- • Compra: R$ 5,706
- • Venda: R$ 5,706
Dólar turismo
- • Compra: R$ 5,805
- • Venda: R$ 5,985
O que aconteceu com o dólar?
Assim como tem sido na maior parte deste ano, os mercados globais estão atentos aos planos tarifários dos EUA, à medida que se aproxima a data de 2 de abril, quando Trump vem prometendo anunciar uma série de tarifas recíprocas sobre parceiros comerciais.
O presidente norte-americano, que havia dito ainda durante sua vitoriosa campanha à Casa Branca que desejava equilibrar o enorme déficit comercial dos EUA, busca responder às taxas e outras barreiras implementadas por parceiros sobre os produtos norte-americanos.
Em sua mais recente declaração sobre o tema, Trump disse no domingo que as tarifas a serem anunciadas na quarta-feira atingirão todos os países, não apenas um grupo pequeno de parceiros, afastando expectativas criadas na semana passada de que as taxas de importação poderiam ser mais direcionadas.
Uma vez que os agentes financeiros temem que as medidas do governo dos EUA possam levar a uma guerra comercial global que gere inflação mais alta e desaceleração econômica, os mercados demonstravam maior cautela nesta sessão, à espera do anúncio de Trump.