A BR-364, entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, apresenta péssimo estado, como já é comum a cada período chuvoso. A estrada de bilhões já gastos pelos governos estadual e federal, que até outubro de 2024 estava em boas condições de trafegabilidade, voltou a ser um tapete de buracos, erosões e declives.
Os maiores problemas começam depois de Sena Madureira, onde nessa quinta-feira, 13, havia um caminhão tombado às margens da rodovia. Não houve morte. Esse é o segundo acidente desta semana no mesmo trecho, entre Sena e Manoel Urbano.
Entre Sena e Feijó, só há dois trechos de asfalto novo contínuo na estrada. O restante é buraco e remendos. Os motoristas que transitam pela rodovia fazem malabarismos para desviar das crateras.
Vandson Pessoa Lima, que faz viagens de lotação entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, conta que no ano passado a estrada estava boa, mas agora o tempo da viagem aumentou, devido às péssimas condições do trecho. “Até novembro a gente fazia a viagem em até 7 ou 8 horas. Agora são 12 para viajar em segurança”, relatou ao ac24horas.
De ônibus, o percurso é feito em até 18 horas. A equipe do ac24horas, que circulou na BR-364 nessa quinta-feira, 13, só encontrou duas frentes de serviço em mais de 600 quilômetros da estrada, que é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O superintendente do órgão no Acre, Ricardo Araújo, disse que com o período de chuvas intensas, todo o trabalho realizado com asfalto é suspenso e só são feitos os serviços emergenciais.
“Quando está chovendo muito, como agora, as empresas param, porque não tem como trabalhar no inverno. Como é que a gente vai jogar asfalto, chovendo? Já perdeu-se muito asfalto, então a gente está fazendo só os emergenciais mesmo. Quando faz sol, tem quatro empresas de Sena Madureira até Feijó. Em Cruzeiro do Sul, nós temos três empresas, três frentes de trabalho, só que com chuva também, elas não produzem nada. Trabalhar debaixo de chuva é ruim porque perde massa, perde tudo, é jogar dinheiro no lixo. Então a gente está operando mesmo com o mínimo do mínimo, infelizmente”, conta Ricardo.
Ele diz que o Dnit deverá, nos próximos dias, iniciar um trabalho para tentar minimizar os problemas na rodovia. “Eu estou dando uma sugestão para a gente começar a jogar pedra nos buracos, pó de pedra, para ver se diminui a situação. E a gente não joga asfalto, deixa trabalhar só com pedra. É uma ideia que nós estamos tendo, que talvez funcione”, contou.