O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), classificou uma possível prisão devido às acusações relacionadas ao suposto ataque à democracia brasileira como “completamente injusta” e o “fim” da sua vida, aos 70 anos. As falas foram dadas ao jornal Folha de S. Paulo durante entrevista.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na última quarta (26), tornar réus Bolsonaro e sete aliados por uma suposta tentativa de golpe de Estado. Eles foram imputados por liderar uma organização criminosa armada, que teria se associado para atacar a democracia brasileira.
Perguntado sobre se uma potencial prisão decretaria o fim se sua carreira política, Bolsonaro afirmou que a possibilidade, se concretizada, representaria o fim da sua vida, enfatizando que já tem 70 anos.
O ex-presidente Bolsonaro é acusado de cinco crimes (tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado), cujas penas somadas superam 40 anos.
Bolsonaro afirmou que o acatamento da denúncia (que o tornou réu no processo) não foi surpresa, e que agora o Ministério Público deverá buscar provas. Diante desde cenário, o presidente questionou a acusação relativa à deterioração de patrimônio tombado, já que estava nos Estados Unidos em 8 de janeiro de 2023.
O ex-presidente mencionou a operação Lava Jato, que julgou e prendeu o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como alegoria durante a entrevista. Bolsonaro enfatizou que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, arquivou o processo que acusava o ex-presidente de falsificar seu cartão de vacinação devido à falta de provas por parte do delator Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro durante o seu mandato. Bolsonaro disse que todas as acusações do tipo [sem provas] que enfrenta já teriam sido anuladas “se fosse a Lava Jato”, mas que isso não acontece porque não é “tão poderoso”.
O ex-presidente também negou enfaticamente a possibilidade de se mudar para os Estados Unidos e/ou pedir asilo político, como fez o seu filho Eduardo Bolsonaro.