É “crucial” para a Ucrânia ter o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, neste sábado (1°), um dia após ter discutido com o líder dos EUA em uma reunião acalorada no Salão Oval da Casa Branca.
“Ele quer acabar com a guerra, mas ninguém quer a paz mais do que nós”, afirmou Zelensky em uma série de postagens no X.
O presidente enfatizou sua gratidão pelo apoio dos EUA à Ucrânia nos três anos desde que a Rússia invadiu seu país.
Na troca acalorada de sexta-feira (28), o vice-presidente americano, JD Vance, questionou se o líder ucraniano havia sido grato o suficiente pelo apoio dos EUA.
Nas postagens deste sábado, Zelensky destacou: “Somos muito gratos aos Estados Unidos por todo o apoio. Sou grato ao presidente Trump, ao Congresso por seu apoio bipartidário e ao povo americano. Os ucranianos sempre apreciaram esse apoio, especialmente durante esses três anos de invasão em grande escala”.
Ele enfatizou que, apesar do bate-boca, a Ucrânia e os EUA “continuam sendo parceiros estratégicos. Mas precisamos ser honestos e diretos um com o outro para realmente entender nossos objetivos compartilhados”.
O chefe de Estado ressaltou ainda que a Ucrânia está pronta para assinar o acordo sobre exploração de recursos minerais — motivo da viagem de sexta –, mas observou que ele “não é o suficiente”.
“Precisamos de mais do que apenas isso. Um cessar-fogo sem garantias de segurança é perigoso para a Ucrânia. Estamos lutando há três anos, e o povo ucraniano precisa saber que a América está do nosso lado”, advertiu.
“O povo americano ajudou a salvar nosso povo. Os humanos e os direitos humanos vêm em primeiro lugar. Estamos realmente gratos. Queremos apenas relações fortes com a América, e realmente espero que as tenhamos”, acrescentou.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.