O Arquivo Nacional divulgou uma série de relatos de avistamentos de objetos voadores não identificados (OVNIs) feitos por pessoas e pilotos no Brasil ao Comando de Operações Espaciais da Aeronáutica. Um desses fenômenos paranormais foi documentado por Edgar José Granzotto ao ministro da Aeronáutica em 1985 e teria ocorrido durante o primeiro seminário da ADESG, realizado em novembro de 1981, na cidade de Rio Branco, no estado do Acre.
Cerca de centenas de registros de Ovnis foram feitos pela Força Aérea Brasileira (FAB) e estão disponíveis no Arquivo Nacional. De acordo com os documentos disponibilizados e obtidos pela reportagem do ac24horas, Edgar mencionou uma operação realizada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) e pela Aeronáutica durante o primeiro seminário da ADESG em novembro de 1981, em Rio Branco.
Segundo os relatos, naquele mês, ele e funcionários da Universidade Federal do Acre foram convocados pela ADESG para realizar as gravações do seminário. Durante a primeira quinzena de novembro, quando o evento ocorreu, o SNI teria realizado um condicionamento com todos, afirmando que se tratava de uma operação de caráter sigiloso nas ruas da capital acreana.
Granzotto destacou no documento que esse condicionamento levou o grupo a entrar em contato com um fenômeno envolvendo um Ovni, no qual teriam experienciado um tipo de contato telepático e sucessivas descargas elétricas na atmosfera. “Presenciamos um Objeto Voador Não Identificado, e assim despertou em nós a paranormalidade através de um tipo de contato telepático, que passou a acontecer por meio da provocação dos OVNIs, gerando sucessivas descargas elétricas na atmosfera sem nuvens, isto durante a noite. Participaram da operação oficiais da Aeronáutica e agentes do SNI. Não sei como eles descobriram que em mim despertaria tais condições paranormais”, declarou.
Em meio ao impacto do fenômeno, Edgar relatou ainda que todos que tiveram contato com a experiência passaram por tratamento psiquiátrico e psicoterápico, além de serem medicados com neurolépticos. “Ficamos tomados pelo impacto do fenômeno até bem pouco tempo. Já passamos por tratamento psiquiátrico e psicoterápico e conseguimos suportar através de medicamentos neurolépticos esses contatos paranormais.”
Somente três anos após o suposto contato telepático com o Ovni no Acre, Edgar afirmou ter aprendido a conviver com o que chamou de “desconhecido” e resolveu, à época, pedir ajuda para pesquisar o fenômeno por meio do Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI), criado pela FAB. Segundo ele, o sistema estaria supostamente ligado a investigações sobre fenômenos “extraterrestres”.
“Hoje, após três anos de contato com o fenômeno, aprendemos a conviver com o desconhecido. Já não necessitamos de medicamentos, pois a paranormalidade tornou-se suportável, mas os contatos por meio das descargas elétricas continuam como respostas às minhas indagações. Comunicamos o EMFA e agora comunicamos à Aeronáutica, que nos levou ao fenômeno. Tomamos conhecimento da existência do SIOANI, criado confidencialmente pela FAB, que vem a ser o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados. Desde 1982, nos dedicamos à pesquisa e agora solicitamos a possibilidade de investigar o fenômeno junto ao SIOANI de forma oficial. Haveria essa possibilidade, pois estou oficialmente ligado ao fenômeno? Sem mais, ficamos gratos pela atenção dispensada e aguardamos comunicação”, encerrou o comunicado.
Arquivo Nacional possui acervo sobre OVNIs com registros da FAB entre 1952 e 2023
O Arquivo Nacional informa que possui um acervo sobre objetos voadores não identificados (OVNIs), com documentos produzidos no âmbito das atividades da Força Aérea Brasileira (FAB). A FAB acrescenta que os documentos apresentam registros de fenômenos aéreos não identificados entre 1952 e 2023, mas afirma que não realiza estudos ou análises sobre o tema.
O estado com o maior número de avistamentos é o Pará, com 140 casos, o que representa 16% do total. Em seguida, aparecem Paraná, com 128 registros (15%), e São Paulo, com 126 (14%). Os dados são de um levantamento feito pela Folha de S.Paulo nos documentos da Aeronáutica sobre o tema, atualmente armazenados no Arquivo Nacional. Os anos da pandemia concentram o maior número de casos nesta década, sendo que as aparições de OVNIs entre 2020 e 2023 correspondem a 11% do total da série histórica.
Antes de serem transferidos ao Arquivo Nacional, os documentos da FAB estavam sob a guarda do Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica. Desde 2008, o Arquivo Nacional, no Distrito Federal, recebe da Aeronáutica material relativo a objetos voadores não identificados (OVNIs).