O Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, órgão do Departamento de Estado do país, criticou, nesta quarta-feira (26), os bloqueios e multas impostas a empresas norte-americanas feitas pelo Brasil.
A autarquia é responsável pela formulação e implementação da política externa para a América Latina, entre outra outras regiões.
De forma indireta, o posicionamento faz alusão ao bloqueio do Rumble. O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a suspensão da plataforma de vídeos em território nacional na última sexta-feira (21).
“O respeito à soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, disse o órgão, em nota divulgada na rede social X.
Moraes e o Rumble têm travado um embate judicial nos últimos dias, após o ministro determinar o bloqueio da plataforma no Brasil, uma vez que a mesma não apresentou um representante legal no país.
Dias antes, o Rumble e o grupo de mídia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Truth Social, entraram com um processo contra Moraes na Justiça norte-americana alegando “censura” do discurso político de pessoas alinhadas à direita nos Estados Unidos.
As empresas acusam o ministro brasileiro de censurar o posicionamento político nos Estados Unidos e infringir a Primeira Emenda do país ao ordenar que o Rumble removesse as contas de figuras brasileiras de direita.
Na terça-feira (25), a juíza distrital de Tampa, na Flórida, Mary Scriven, negou o pedido de liminar do Rumble contra Alexandre de Moraes.
No documento, os advogados pediam que as decisões do magistrado não tivessem efeito enquanto o caso é analisado pela Justiça norte-americana.
A juíza negou a liminar afirmando que as ordens de Moraes são inválidas em território americano, portanto a liminar é desnecessária.