David Alcolumbre é eleito presidente do Senado com 73 votos

O senador Davi Alcolumbre (União-AP) foi eleito, neste sábado (1°), o novo presidente do Senado pelos próximos dois anos com 73 votos.


O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi eleito presidente do Senado para os próximos dois anos. Ele era franco favorito.


Alcolumbre conquistou 73 dos 81 votos no plenário do Senado e confirmou as expectativas de que ganharia com facilidade.


É a segunda vez que Alcolumbre ocupará o cargo – ele foi presidente da Casa de 2019 a 2021, no início do governo de Jair Bolsonaro.


Os adversários de Alcolumbre foram os senadores Marcos Pontes (PL-SP), Eduardo Girão (Novo-CE), os dois últimos com 4 votos cada. Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) retiraram candidatura após discursos.


Alcolumbre disse em discurso antes da votação ser um “defensor intransigente” do diálogo, da construção coletiva e de soluções compartilhadas. “Para mim governar é ouvir, e liderar é servir, e é disso que nosso País precisa agora, uma liderança que una e não que divida”, afirmou.


“É grande honra subir à tribuna humildade e determinação renovada para apresentar minha candidatura. Vocês me conhecem, sabem do meu compromisso verdadeiro com essa instituição, com Brasil e população que confia em cada um de nós para representar seus sonhos e esperanças”, disse o senador.


Mesmo longe da presidência nos últimos quatro anos, Alcolumbre manteve sua influência na Casa com o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aglutinou apoio desde o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, para sua candidatura.


Ao todo, MDB, PSD, PL, União Brasil, PT, PP, PDT, PSB e Republicanos, quase todas as legendas com representação na Casa, apoiaram a eleição de Alcolumbre.


Essa ampla frente formada terá como principal resultado o retorno do PL a cargos de destaque na Casa Alta do Congresso e a redistribuição das principais comissões. O partido de Jair Bolsonaro deve conseguir a primeira vice-presidência, posto estratégico que foi ocupado pelo MDB ao longo dos quatro anos de mandato de Rodrigo Pacheco. Eduardo Gomes (PL-TO) deve ser o escolhido.


O PT, por sua vez, deve ficar com a segunda vice, cargo menos importante que a primeira secretaria que o partido tem até o momento. O ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PE) é o escolhido dos petistas para a vaga.


A próxima etapa da eleição é a votação para os outros cargos da Mesa Diretora. O acordo é para que a distribuição fique assim:


– Primeira Secretaria: Daniella Ribeiro (PSD-PB);


– Segunda Secretaria: Confúcio Moura (MDB-RO);


– Terceira Secretaria: Chico Rodrigues (PSB-RR);


– Quarta Secretaria: Laércio Oliveira (PP-SE).


O cenário de vitória de Alcolumbre retomou uma tradição de eleições tranquilas, com uma ampla margem a favor do vencedor. Em 2023, quando Rodrigo Pacheco foi reeleito, o placar foi de 49 votos a 32 a favor do senador mineiro contra Rogério Marinho (PL-RN). Quando foi eleito pela primeira vez, em 2019, Alcolumbre venceu por 42 votos a 13. Em 2015, Renan Calheiros (PMDB) derrotou Luiz Henrique (PMDB) por 49 votos a 31, e em 2009, José Sarney (PMDB) venceu Tião Viana (PT) por 49 votos a 32.


O próprio Sarney protagonizou uma das vitórias mais amplas – 70 votos a 8 contra Randolfe Rodrigues, então integrante do PSOL. Renan também teve uma goleada na sua conta: venceu por 72 votos a quatro em 2005 – mas naquele ano, ele foi candidato único, e os quatro votos foram computados apenas como contrários.


Trânsito com a esquerda e com a direita


Alcolumbre tem bom trânsito com a direita e com a esquerda e, nos últimos anos, durante a gestão de Pacheco, seu aliado, na presidência do Senado, foi responsável por boa parte das negociações envolvendo emendas parlamentares e cargos.


São atribuídas a ele, por exemplo, indicações nos ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das Comunicações, com Juscelino Filho, e da Integração Nacional, com Waldez Góes.


Senador de segundo mandato – foi eleito pela primeira vez em 2014 -, Alcolumbre, de 47 anos, está na política em cargos públicos desde 2001, quando tomou posse como vereador de Macapá. À época, tinha 23 anos e era filiado ao PDT. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo mesmo partido. Trocou de sigla em 2006, quando migrou para o PFL, que mudou de nome para DEM em 2007 e depois se fundiu com o PSL para formar o União Brasil, legenda à qual está filiado até hoje.


O senador amapaense é muito cordial com seus pares e conquistou nos últimos anos o espaço de protagonista nas negociações da Casa Alta do Congresso com quem quer que esteja no Palácio do Planalto. No governo de Jair Bolsonaro, estabeleceu uma aproximação da Casa com o então presidente.


Desde que deixou a presidência do Senado, em 2021, o senador amapaense manteve-se em uma posição de destaque na Casa. Foi presidente de um dos mais importantes colegiados, a Comissão de Constituição e Justiça por quatro anos. Esta foi uma forma de Alcolumbre cumprir o que ele chamou, em conversas com amigos, de um “ciclo”.


Como mostrou a Coluna do Estadão, o parlamentar tem sido classificado por petistas como o “novo Lira”, em referência à difícil e volátil relação que o deputado Arthur Lira (PP-AL), na presidência Câmara, teve nos últimos dois anos com o governo.


(com Agência Brasil e Agência Estado)


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