Cid: Bolsonaro estava nervoso e pediu para monitorar Alexandre de Moraes; veja vídeo

Em delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o ex-presidente pediu que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fosse monitorado.


De acordo com o militar, ele estava “nervoso” por que o então vice-presidente e hoje senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) ou alguém do governo teria se encontrado com o magistrado.



Cid então pediu ao coronel Marcelo Câmara, ex-assessor especial da Presidência, tentasse confirmar a informação. A declaração veio à tona após Moraes, relator do caso no STF, liberar a divulgação dos áudios e vídeos do depoimento.


Mauro Cid: Sobre uma coisa que eu acho que é interessante, sobre o monitoramento do senhor. No que diz respeito ao contato que a gente tinha ciência. O monitoramento, a informação do dia 16, ela foi pedida por esse pessoal. O pessoal queria saber por onde o senhor iria estar. E eu [ininteligível], e eu não sei, não sei bem quem era o con.., não  não conheço o contato dele. Inclusive uma informação que eu sei é que um dos contatos dele era um juiz. Não sei dizer função, mas era um juiz do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Inclusive era ele que auxiliava as forças armadas a redigir os documentos que o general Paulo Sérgio encaminhava para o senhor. Ele mais ou menos que dizia: ‘Vai nessa linha, vai nessa linha, escreve isso aqui’. Mas eu não sei efetivamente o nome dele, até porque ele só falava com… não, não sei confirmar, não sei se ele tinha acesso à agenda do ministro, assim eu não posso dizer que era ele. Eu sei que na parte do TSE, na parte de urnas, aquele negócio todo, quem passava as informações era ele. A parte mais técnica ali da coisa. E o último monitoramento, que a gente faz aquela brincadeira, professora tal, essa aí foi o presidente que pediu. Essa aí foi o próprio presidente que pediu. Inicialmente eu entendia, por exemplo, para mim era com… já era… não, tá. Não, a informação é que seria, porque o senhor ia se encontrar ou com o general Mourão, ou com alguém do governo dele. E o presidente estava meio nervoso com isso aí, então ele queria saber. Essa foi por [ininteligível] que eu recebia. E novamente eu usei o coronel Cama [Câmara], eu pedi o coronel Cama [Câmara] para tentar colher essa informação.


Monitoramento de Moraes

O relatório da Polícia Federal (PF) divulgado em 2024 afirmou que o ministro Alexandre de Moraes passou a ser monitorado por militares em novembro de 2022, depois de uma reunião realizada na casa do vice na chapa de Bolsonaro naquela eleição, general Walter Souza Braga Netto (PL). De acordo com a PF, Moraes tinha o codinome “professora”.


Tal monitoramento se deu no contexto do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato de Moraes, do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).


Segundo a delação de Mauro Cid, o monitoramento foi realizado pelo coronel do Exército, Marcelo Câmara.


No entanto, Cid não soube informar como Câmara teve acesso aos dados restritos sobre a localização do ministro Alexandre de Moraes. Afirmou apenas que o coronel recebeu as informações e as repassou ao grupo.


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
192882c8aaa53f9b4e234a4553bdad21

Últimas Notícias