O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesacre), promoverá a 1ª Jornada de Conscientização e Prevenção da Gravidez Não Intencional na Adolescência. O evento será realizado na próxima terça-feira, 18, no Anfiteatro Garibaldi Brasil, na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco.
O público-alvo são acadêmicos dos cursos de enfermagem, medicina, saúde coletiva, psicologia e direito das instituições de ensino superior de Rio Branco, além do público em geral. As inscrições podem ser feitas por meio deste link.
O evento discutirá temas fundamentais, como a atuação da Rede Alyne, que visa reduzir a mortalidade materna no Brasil em 25%, promovendo um cuidado humanizado e integral para gestantes, parturientes, puérperas e crianças. Serão abordadas também as políticas nacionais de Atenção Integral à Saúde da Mulher, da Criança, do Adolescente e Jovens, a gravidez na adolescência, direitos sexuais e reprodutivos, manejo da violência sexual em adolescentes e aborto legal no Brasil.
A coordenadora do Núcleo de Saúde do Adolescente e Jovens da Sesacre, Luciana Freire, destaca a relevância do evento: “Discutir a prevenção da gravidez na adolescência é essencial para garantir que os jovens tenham acesso a informação de qualidade e possam fazer escolhas conscientes. A participação da comunidade e dos futuros profissionais de saúde é fundamental para que possamos construir uma rede de apoio e prevenção mais eficaz”, reforçou.
Gravidez na adolescência é caso de saúde pública
A Semana de Prevenção Nacional da Gravidez na Adolescência, instituída pela Lei nº 13.798/2019, federal, é realizada anualmente no mês de fevereiro, com objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência não intencional.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), os adolescentes – indivíduos com idades entre 10 e 20 anos incompletos – representam entre 20% e 30% da população mundial. No Brasil, essa proporção é de aproximadamente 23%. Dentre os problemas de saúde nessa faixa etária, a gravidez se sobressai, especialmente em países em desenvolvimento.
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gestação na adolescência está associada a um aumento significativo de complicações para a mãe, o feto e o recém-nascido, além de agravar problemas socioeconômicos. A taxa de gravidez na adolescência no Brasil ainda é elevada, com cerca de 400 mil casos anuais. Em 2014, por exemplo, nasceram 28.244 bebês de mães entre 10 e 14 anos e 534.364 de mães entre 15 e 19 anos.
No Acre, uma iniciativa pioneira reforça o compromisso de conscientizar sobre os riscos da gravidez na adolescência. Em 2024, a Sesacre lançou o projeto Adolescência Primeiro, Gravidez Depois, tornando-se o primeiro estado da Região Norte a oferecer, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os métodos contraceptivos de longa duração DIU de Mirena e implante subdérmico para adolescentes.
Com um investimento de R$ 2 milhões, a iniciativa busca reduzir os índices de gravidez na adolescência e promover o direito à saúde sexual e reprodutiva de jovens entre 14 e 18 anos nos municípios de Jordão, Tarauacá, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Manoel Urbano.