Em dezembro de 2024, um trabalhador assalariado em Rio Branco precisou dedicar 88 horas e 35 minutos de sua jornada mensal para adquirir os itens da cesta básica alimentar, de acordo com levantamento da Secretaria de Estado de Planejamento do Acre (Seplan). O tempo necessário representa um aumento de 2 horas e 20 minutos em relação ao mês de novembro, reflexo do encarecimento da cesta, que passou de R$ 553,60 para R$ 568,59 – um reajuste de 2,71%.
Os itens que mais contribuíram para o aumento do custo foram o café, que registrou alta de 16,86%, a banana (11,02%) e o óleo (5,60%). Por outro lado, produtos como o tomate (-4,84%), o feijão (-1,26%) e a farinha de mandioca (-0,29%) apresentaram queda nos preços.
O tempo de trabalho necessário para a aquisição das três cestas básicas – alimentar, limpeza doméstica e higiene pessoal – também aumentou. Em dezembro, o trabalhador precisou de 104 horas e 47 minutos de sua carga horária mensal para adquirir todos os itens essenciais, cerca de 2 horas e 22 minutos a mais do que em novembro.
Para uma família padrão, composta por dois adultos e três crianças, o cenário é ainda mais desafiador: seriam necessários 1,67 salários mínimos para cobrir os gastos com as cestas básicas, comprometendo aproximadamente 51,5% do salário líquido do trabalhador.
A pesquisa, realizada pelo Departamento de Estudos de Pesquisa e Indicadores (Deepi) da Seplan, coletou dados em 55 estabelecimentos comerciais, incluindo mercados, açougues e panificadoras, distribuídos em 39 bairros da capital acreana.