A Polícia Civil do Acre informou nesta sexta-feira, 31, que já tomou conhecimento das ameaças de morte dirigidas à juíza Zenair Ferreira Bueno, da 2ª Vara de Fazenda Pública de Rio Branco, e ao superintendente da Superintendência de Transporte e Trânsito de Rio Branco (RBTrans), Clendes Vilas Boas. Desde a última quinta-feira, 30, a instituição iniciou as primeiras diligências investigativas para identificar os responsáveis e garantir a segurança das autoridades ameaçadas.
Em nota oficial, o delegado-geral de Polícia Civil do Acre, José Henrique Maciel, destacou que a instituição está comprometida com a manutenção da ordem pública e que não tolerará qualquer tipo de intimidação ou ameaça contra agentes públicos no exercício de suas funções.
“A Polícia Civil reafirma seu compromisso com a manutenção da ordem pública e não tolerará qualquer tipo de intimidação ou ameaça contra agentes públicos no exercício de suas funções. Todas as providências cabíveis estão sendo adotadas para que os envolvidos sejam identificados e responsabilizados conforme a lei”, pontuou.
As ameaças surgiram em um grupo de mensagens com mais de 460 membros, onde foram discutidas ações violentas contra a juíza e o superintendente. Nas mensagens em que a reportagem teve acesso, dois homens comentam, em um grupo com mais de 460 motoboys e simpatizantes, a maneira mais eficaz de chamar a atenção para a seriedade do movimento.
“Não é o Rio de Janeiro não, mas tem que mostrar, fazer acontecer. Eles estão desacreditando da nossa categoria. Vamos botar pra cima, se ninguém acreditar, nós vamos tocar fogo num órgão público desse aí […] de 100% de moto Uber, 80% é pai de família. Tem que fazer uma figurinha desse bicho aí [Clendes Vilas Boas] e botar um cartaz com a foto dele ‘decretado’”, diz um homem que se identifica como João Paulo Correia.
Em seguida, um homem identificado apenas como Henrique comenta que o ideal seria queimá-lo vivo. “Botar cheio de pneu assim em volta dele e lascar fogo”, fala.
“Não é acordo com político não, nós fazemos acordo é com bandido, porque o político não cumpre não […] tem que tocar é fogo mesmo, partir pra cima e mostrar pra prefeitura que a gente não tá de brincadeira, descobrir o endereço dessa juíza aí, tocar o terror nela e nesse bicho aí [Clendes]”, volta a dizer João Paulo.
Por último, João Paulo responde um vídeo do superintendente, postado no grupo, com a seguinte sugestão: “Tem que descobrir onde o filho dele estuda pra nós enquadrar direitinho do psicológico [sic]”, afirma.