Seja por curiosidade, para apimentar a relação ou para explorar a própria sexualidade, há quem goste de usar os “sex toys”, categoria onde estão os vibradores e outros objetos desenvolvidos como auxiliares da prática sexual.
Recentemente, viralizou nas redes sociais um vídeo em que um médico conta ter retirado um plug anal de uma paciente.
➡️ O que é o plug anal? O plug é um acessório desenvolvido para ser introduzido no ânus e pode ter diferentes formatos e funções. Ele pode ser usado como um estimulador da região anal na hora do sexo ou como um dilatador. No segundo caso, as pessoas passam algumas horas usando o sex toy para dilatar a musculatura e facilitar na hora do sexo.
O médico Daniel Brosco, que é cirurgião coloproctologista, explica que quem gosta desse tipo de acessório preciso tomar alguns cuidados. Ele conta que decidiu publicar o vídeo nas redes depois de atender quatro pacientes com objetos no reto.
No vídeo mais recente, ele mostra o raio-x de uma paciente que estava usando um plug anal que subiu para o reto e ela não conseguiu mais tirar. Ela precisou ser hospitalizada para a retirada (veja a imagem abaixo).
Segundo o especialista, no caso da paciente do vídeo, a “empolgação” durante o sexo acabou fazendo com que o objeto subisse para o reto, tornando impossível removê-lo sem intervenção médica.
➡️ O médico explica que é possível usar o dispositivo de forma segura, desde que:
- • Use lubrificação antes de colocá-lo, já que a região é sensível à penetração e pode ocorrer lesões com consequências graves.
- • Prefira os que têm travas ou cordas de segurança, o que evita que subam e ajuda a controlar o limite de até onde o brinquedo pode ir.
🔴O que ele contraindica totalmente é o uso do plug como dilatador. Algumas pessoas passam horas ao longo do dia usando o sex toy para ajudar na dilatação da musculatura, mas isso é arriscado.
Se for explorar a região, use um sex toy
O médico explica que os brinquedos sexuais vendidos em lojas especializadas têm anatomias e materiais que evitam lesões graves. No caso do plug retirado da paciente, por exemplo, dificilmente ele causaria uma perfuração da parede intestinal e foi retirado sem precisar de cirurgia.
🔴No entanto, no ano passado, Daniel atendeu outros três casos em que os pacientes tinham introduzido objetos como batata, partes de uma cadeira e até uma garrafa.
Em outro vídeo, o especialista mostra o caso de um idoso que introduziu uma garrafa no ânus. O objeto acabou criando vácuo e subiu para o reto. (Veja a imagem abaixo)
“Isso acontece porque a pessoa quer explorar a sexualidade, mas tem vergonha de ir a uma sex shop procurar o acessório apropriado e acaba fazendo com o que vê pela frente. Isso é um risco enorme porque uma perfuração pode espalhar fezes e a pessoa tem uma infecção que leva à morte, como já vi acontecer com paciente”, explica.
🔴 O médico ressalta que não adianta fazer uso, por exemplo, de laxantes para tentar retirar o objeto. A contração que o remédio causa na parede intestinal pode só piorar a situação.
Sexo anal seguro com lubrificação
A região anal é uma importante zona erógena, com muitas terminações nervosas. Especialistas explicam que não há risco em fazer sexo anal – ele não causa hemorroidas, por exemplo –, mas é preciso ter cuidado.
🔴 O primeiro ponto é o uso de lubrificantes, já que a área não tem lubrificação natural. Mais do que um item para aumentar o prazer sexual, o gel minimiza o ressecamento e diminui o atrito, ajudando na redução de dor e lesões durante a atividade sexual – que podem ser porta de entrada para a transmissão de doenças.
Outra questão levantada por especialistas é higiene antes da relação, a famosa ‘chuca’, nome popular para a limpeza interna do ânus e do reto. Muitas pessoas adotam essa higienização para não passar por situações constrangedoras durante a relação sexual. No entanto, a prática é vista com ressalvas por especialistas.
🔴 Segundo os médicos, um dos problemas está em introduzir objetos no ânus para a limpeza, como a ducha do chuveiro, objetos pontiagudos ou até garrafas. Isso é totalmente contraindicado.
Os proctologistas reforçam que a lavagem não é obrigatória. Mas, se for feita, deve-se usar a menor quantidade de água possível e sem pressão, para evitar que ela alcance o reto. Além disso, a prática não deve ser frequente, pois a região possui microrganismos que equilibram a flora e mantêm a saúde intestinal.