A obra de recuperação e reforço da passarela Joaquim Macedo, no Centro de Rio Branco, iniciada oficialmente em 20 de novembro do ano passado após um desmoronamento de solo na região, vem causando prejuízos econômicos aos comerciantes da área do Mercado Velho.
O comerciante Joel José Pereira revelou à reportagem do ac24horas que a situação tem se tornado cada vez mais difícil para os trabalhadores locais devido à cobrança de tributos e à queda no movimento causada pelos problemas estruturais, que afastam os clientes. Segundo ele, desde a inauguração do Mercado Velho, em 2006, os prejuízos nunca foram tão grandes como agora. “Olha só, desde quando nós viemos para cá, em 2006, a gente nunca teve uma situação tão difícil como agora. Praticamente, estamos há dois anos prejudicados por causa desse desbarrancamento aqui e da ponte caindo”, declarou.
Joel, que trabalha há 19 anos no local, contou que nem mesmo a pandemia foi tão prejudicial aos comerciantes. Ele afirmou que, devido à queda no faturamento causada pela obra, precisou demitir 12 funcionários. “Nem a pandemia foi tão prejudicial para nós como está sendo agora. Esse desbarrancamento na beira do rio causou muitos problemas. Nós trabalhávamos também à noite, mas tivemos que parar. Eu não tenho condições de manter o funcionamento à noite, por falta de segurança e porque a bandidagem está solta. Os depósitos estão sendo arrombados, e a gente não sabe o que fazer. Produtos de carne, por exemplo, exigem muito cuidado, e o governo passou o verão todo sem mexer no problema. Agora, começam as obras em um período complicado. Só para você ter uma ideia, nós tínhamos 12 famílias empregadas aqui e tivemos que demitir todo mundo. Estamos funcionando só de dia, mas também com dificuldades, porque as pessoas pensam que o mercado está caindo”, explicou.
Joel destacou ainda que o prédio do Mercado Velho não apresenta problemas estruturais e tranquilizou os clientes: “Estão achando que o mercado está caindo, mas não tem nada a ver. O mercado está intacto, sem nenhum problema. Estamos aqui, tentando sobreviver e trabalhando de dia”, afirmou.
De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre), a obra da passarela Joaquim Macedo tem previsão de conclusão em 10 meses. Na opinião de Joel, o longo prazo agrava a situação. “Esses 10 meses serão muito difíceis. Não tivemos ajuda de ninguém, nenhuma parceria. Simplesmente fecharam a área e pronto. Estamos aqui na beira do rio, no Deus dará. Teve muita conversa, mas nada de concreto para ajudar os comerciantes. É tanto que quase ninguém está mais aqui na beira do rio. Nós, do mercado, só estamos aqui porque o prédio não foi afetado”, lamentou.
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