Historiador do Acre fala sobre heavy metal e neonazismo ao Fantástico

Foto: captura de tela retirada da reportagem exibida pela TV Globo

No último domingo, 26, o programa Fantástico, da Rede Globo, divulgou um relatório elaborado pela organização não governamental Stop Hate Brasil, apontando o crescimento de bandas extremistas no Brasil. Essas bandas, que utilizam o gênero black metal, promovem discursos de ódio contra negros, a comunidade LGBTQIAP+ e judeus.


O levantamento, também publicado pelo G1, revelou a existência de 125 grupos extremistas no país, com a maior concentração em São Paulo (45 bandas), seguidos por Paraná e Rio de Janeiro. Juntas, essas bandas já lançaram mais de 650 álbuns, muitos disponíveis em plataformas como Spotify, e mantêm parcerias com grupos neonazistas de outros 35 países.


O historiador e professor doutor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Wlisses James, especialista em heavy metal no Brasil, explicou durante a reportagem que o extremismo violento praticado por algumas bandas neonazistas não reflete a essência do black metal ou do gênero heavy metal. “Essas bandas e essas pessoas fazem festivais muito restritos a eles mesmos e não são bem-vindos em nenhum tipo de evento musical que não seja puramente realizado por eles. O black metal, como um todo, é contra esse tipo de ideologia”, destacou o acreano.


Por outro lado, Michele Prado, coordenadora do Stop Hate Brasil, enfatizou a gravidade do tema. “É um assunto sério, que precisa ser enfrentado com base em todas as evidências e críticas que estamos trazendo, com a colaboração das instituições de segurança pública e inteligência. Não pode ser menosprezado de forma nenhuma, porque a tendência não é melhorar”, alertou.


A investigação também revelou que essas bandas extremistas utilizam um canal terrorista no Telegram, chamado “Terrorgram”, para recrutar jovens para ações violentas e supremacistas. O canal é administrado, em parte, pelo brasileiro Ciro Daniel Amorim Ferreira, que já foi incluído em uma lista de terroristas divulgada pelo governo dos Estados Unidos.


De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais, Ferreira tem passagens pela polícia por furto e cárcere privado e já foi preso duas vezes. A inclusão de seu nome na lista de terrorismo dos EUA permitirá uma maior cooperação entre as autoridades brasileiras e americanas. O delegado da Polícia Federal Flávio Rolin destacou que essa parceria facilitará a adoção de medidas administrativas, bloqueio financeiro e ações penais contra Ferreira e outros envolvidos.


Além disso, a Polícia Federal criou uma unidade específica para combater o extremismo no Brasil, reforçando o compromisso em enfrentar organizações e indivíduos que promovem ideologias de ódio e violência.


Confira a reportagem:



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