A contínua alta dos preços do café continuou nesta quinta-feira (30), com os futuros do café arábica na bolsa ICE atingindo um novo recorde, aproximando-se de US$ 4 por libra-peso, devido à oferta extremamente restrita e aos temores quanto às perspectivas da próxima safra.
Os contratos futuros de café arábica em Nova York, usados como referência para as negociações de preços em todo o mundo, atingiram um recorde histórico de US$ 3,7685 por libra-peso no início do dia, com alta de mais de 15% neste ano. Eles fecharam em alta de 1,9%, a US$ 3,734 por libra-peso.
Os negociantes disseram que os dados de câmbio mostram que as principais torrefadoras, como a Nestlé e a JDE Peet’s, estão subcompradas e ainda têm muito a comprar, enquanto os especuladores continuam otimistas com o café.
Os suprimentos continuam extremamente apertados no Brasil, depois que uma seca severa no ano passado prejudicou as previsões para a próxima safra. O Brasil produz quase metade do arábica do mundo.
“A verdadeira história é que a oferta caiu muito mais rápido do que a demanda. É realmente simples assim”, disse Trishul Mandana, diretor administrativo da Volcafe, um dos maiores comerciantes de café do mundo.
“O aperto no Brasil e os atuais diferenciais estão nos contando a verdadeira história da safra 24/25 – e que, sem dúvida, levará rapidamente ao desaparecimento dos certs (estoques certificados de arábica na ICE). E as coisas podem ficar complicadas rapidamente”, acrescentou Mandana.
Os estoques certificados de arábica começaram a diminuir rapidamente nos últimos dias, caindo quase 100.000 sacas para cerca de 900.000 sacas.
Os suprimentos também estão escassos para o café robusta, que é, até certo ponto, fungível com o arábica, embora seja geralmente usado para fazer café instantâneo em vez de misturas torradas e moídas.
O café robusta subiu 2,2%, para US$ 5,734 por tonelada, um pouco abaixo do recorde histórico do contrato.
Em relação a outras commodities softs, os futuros do cacau em Nova York caíram 4,6%, para US$ 11,207 por tonelada, enquanto o cacau em Londres perdeu 3,5%, para US$ 8,817 por tonelada.
O açúcar bruto teve pouca alteração, a US$ 0,1947 por libra-peso, enquanto o açúcar branco ficou estável em US$ 522,70 por tonelada.