As condições meteorológicas em Canela, cidade da serra gaúcha próxima a Gramado, pioraram consideravelmente após a decolagem nesta manhã do avião turboélice bimotor de pequeno porte que caiu na cidade vizinha matando todos os ocupantes. A informação é de Marcelo Sulzbach, presidente do aeroclube de Canela.
“O teto estava um pouco baixo, com nevoeiro. No momento que a aeronave iniciou o taxiamento, a meteorologia mudou”, explica. Segundo ele, Canela é uma cidade que conta com um clima mais volátil, suscetível a mudanças rápidas.
“[O clima] deu uma boa piorada. O nevoeiro engrossou após a decolagem”, diz Sulzbach. Segundo ele, a densa neblina pode ter aumentado a carga de trabalho do piloto, que teria precisado confiar exclusivamente nos instrumentos, dada a falta de visibilidade. “Já que está dentro da nuvem, não tem referência”, completou.
De acordo com Sulzbach, o aeródromo não conta com controle de tráfego aéreo e opera apenas em condições de voo visuais. Nessas situações, cabe aos próprios pilotos coordenar as manobras e decidir se as condições são seguras ou não para a decolagem.
“A decisão de decolar ou não é do piloto. Agora, temos que esperar a investigação para elucidar os fatos”, reforçou o presidente do aeroclube. Segundo ele, as mudanças bruscas nas condições meteorológicas durante a decolagem podem ter sido um fator contribuinte para o acidente, embora a confirmação dependa de análise mais detalhada.
Sobre o acidente
O avião turboélice bimotor de pequeno porte caiu por volta das 9h deste domingo (22) em Gramado, na serra gaúcha. No início da tarde, foi confirmado que o executivo Luiz Cláudio Galeazzi estava pilotando a aeronave, que transportava ainda sua família e um casal de amigos com dois filhos.
Segundo informações da Infraero, o avião vinha da cidade de Canela, no Rio Grande do Sul, e estava indo para Jundiaí, interior de São Paulo.