Uma mulher natural de Crateús, no Ceará, com um grave problema de saúde procurou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Hospital Sírio-Libanês, onde ele está internado, em São Paulo, com um apelo: Jacinere Soares, de 44 anos, quer ajuda para realizar uma cirurgia que pode salvar sua vida.
Conhecida como Jacy, a cearense tem um grau grave de escoliose progressiva. A condição é tão severa que está comprimindo seus órgãos. Segundo ela, o problema fez com que a capacidade dos seus pulmões diminuísse para 32%.
Além disso, a compressão causou vazamento em duas artérias do coração e afetou sua medula. A mulher também enfrenta um quadro de anemia.
“Tenho dores fortes. Tomo medicação, mas elas não cessam. Tenho o psicológico também muito abalado. As pessoas me veem sorrindo e talvez acham que eu não sofra tanto, mas meu sofrimento é grande”, disse ao Metrópoles.
Junto da irmã, Jarilene Soares, de 49 anos, a mulher foi até o Hospital Sírio-Libanês nessa quinta-feira (12/12) tentar falar diretamente com o presidente Lula, que está internado no local para tratar uma hemorragia intracraniana.
Sem sucesso, Jacy retornou ao hospital nesta sexta (13/12). Dessa vez, ela conseguiu entregar um papel a uma assessora de imprensa do governo federal, em que descreve sua situação de saúde.
De acordo com Jacy, seu estado natal não oferece o procedimento. Por isso, ela viajou até São Paulo, onde a cirurgia é ofertada pelo SUS, em uma parceria com a AACD. O tempo de espera, no entanto, é maior do que ela pode aguentar.
Jacy foi informada que precisaria esperar de três a quatro anos para passar pelo procedimento. Seu corpo, contudo, provavelmente não aguenta esse prazo.
De acordo com os médicos que a atendem, como ela mesma informou, seu quadro é bastante delicado, e uma gripe mais forte pode levá-la a óbito. Eles não chegaram a dar uma estimativa de vida, mas destacaram que uma longa fila de espera pode ser letal.
“Já era para ter sido realizada a minha cirurgia, mas, infelizmente, meu pulmão não aguentou, e foi adiada por três vezes. Estive internada por 59 dias, fazendo uso do halo craniano. A minha escoliose até melhorou um pouco, mas a medula óssea, pulmão e coração continuam muito comprometidos”, diz trecho do papel entregue à assessoria.
“Eu acredito que a partir do momento que o presidente Lula tiver conhecimento da minha realidade, ele pode me ajudar. Acredito muito na empatia e na solidariedade das pessoas”, disse.
Jacy compartilha o dia a dia do seu tratamento em um perfil no Instagram. Lá, a cearense pede doações para arcar com os custos de saúde. “Ser solidário é um ato de amor. Estou vivendo um momento muito difícil, onde preciso da ajuda das pessoas”, afirmou a mulher.
“Meu maior sonho, minha maior vontade é salvar minha vida”.
Jarilene destacou à reportagem que a irmã é estudante universitária e está se formando em direito. Recentemente, no entanto, ela precisou trancar o curso pois está com a saúde muito debilitada.
Questionada sobre como se sente com o prognóstico, a cearense lembrou um ditado popular que compartilhou com um dos médicos que a atende: “Se correr o bicho pega, se ficar a cobra come”. “Por isso, eu preciso correr atrás”, disse.
Admiradores procuram Lula em hospital
Esta é a terceira vez que o Metrópoles mostra uma tentativa de contato com o presidente Lula desde que ele foi internado no Hospital Sírio-Libanês, na noite da última segunda-feira (9/12).
Na quarta-feira (11/12), uma repórter ajudou uma mulher semianalfabeta a escrever uma oração para o presidente, que foi entregue para o fotógrafo dele, Ricardo Stuckert.
E na quinta-feira (12/12), uma mulher foi até o Hospital Sírio-Libanês para entregar uma carta a Lula. A mulher revelou que conseguiu entregar a carta para uma assessora do presidente — que lhe garantiu repassar o material à Lula.