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Emendas de Perpétua ampliaram atuação de ONG investigada pela CGU

A Associação Moriá, uma ONG que recebeu R$ 90 milhões em emendas parlamentares nos últimos três anos, está no centro de investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). A entidade, que atua em áreas como competições de jogos eletrônicos e controle de zoonoses, enfrenta acusações de sobrepreço em contratos e gestão questionável dos recursos. As informações são da Folha de SP.


Entre os parlamentares que destinaram emendas à Moriá está a ex-deputada Perpétua Almeida (PCdoB), responsável por direcionar R$ 6,7 milhões para projetos de combate à dengue em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre, em 2023. Apesar da expressiva quantia, a CGU questiona a capacidade técnica da ONG para a execução dos projetos. Segundo o órgão, não há comprovação sólida de expertise da Moriá em ações de saúde pública, embora a entidade tenha declarado que conta com “profissionais experientes”, incluindo um biólogo com histórico na área.


Perpétua Almeida não respondeu às tentativas de contato para esclarecer os critérios usados na escolha da entidade para gerir os recursos a Folha de SP. As emendas da ex-deputada ampliaram a atuação da Moriá, que até 2022 realizava eventos pontuais e tinha pouca experiência em políticas públicas de grande escala.


Entre os indícios de irregularidades apontados pela CGU, está o aluguel de computadores por R$ 35 mil cada, valor 11 vezes maior que o custo médio de aquisição de equipamentos similares. Além disso, os Jogos Estudantis Digitais (Jedis), uma das iniciativas da ONG, utilizam cerca de 40% dos recursos em festas de abertura e encerramento.


Com vínculos a ex-integrantes do governo Jair Bolsonaro, a Moriá passou a ser comandada, em 2022, por Gustavo Henrique Fonseca de Deus, ex-militar e ex-funcionário do Ministério da Cidadania. A gestão atual também inclui José Ferreira de Barros, capitão reformado da Marinha, e Daniel Raomaniuk Pinheiro Lima, que atuou no Ministério da Saúde durante a gestão de Ricardo Barros (PP).


A CGU apontou ausência de análise crítica na aprovação dos planos de trabalho, sugerindo que os critérios do governo federal eram subjetivos e facilitavam o superfaturamento.


A Moriá afirma que todos os seus projetos seguiram as exigências legais e que os custos de aluguel incluem montagem, transporte e configuração dos equipamentos. O Ministério do Esporte, responsável pela aprovação de parte dos projetos, não respondeu aos questionamentos sobre os gastos.


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