Dólar recua, mas se mantém em R$ 6 com dados dos EUA e fiscal no radar; bolsa sobe

100 dólares • 17/12/2009 REUTERS/Sam Mircovich

O dólar fechou a sessão desta quinta-feira (5) em baixa frente ao real, à medida que investidores ainda digeriam dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, divulgados na véspera, e acompanhavam a tentativa do governo brasileiro de aprovar seu pacote fiscal ainda neste ano.


A divisa norte-americana à vista encerrou o dia com queda de 0,63%, a R$ 6,008 na venda. Já o Ibovespa opera na contramão, registrando uma alta 1,25%, a 127,6 mil pontos às 17h.


Cenário internacional

Investidores avaliam dados de emprego dos EUA. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 9 mil, para 224 mil em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 30 de novembro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.


Economistas consultados pela Reuters previam 215 mil pedidos para a última semana.


Os pedidos estão em níveis compatíveis com o crescimento constante do emprego e sinalizam uma recuperação acentuada das vagas fora do setor agrícola em novembro, depois que o mercado de trabalho foi severamente distorcido pelos furacões Helene e Milton, bem como pelas greves dos trabalhadores das fábricas da Boeing e de outra empresa aeroespacial.


As demissões historicamente baixas são responsáveis pela maior parte da força do mercado de trabalho.


Os fortes aumentos da taxa de juros pelo Federal Reserve em 2022 e 2023 para controlar a inflação deixaram as empresas com pouco apetite para contratar mais trabalhadores.


O Fed deve cortar os juros este mês pela terceira vez desde o início de seu ciclo de afrouxamento em setembro. A taxa básica do banco central está na faixa de 4,50% a 4,75%, tendo sido elevada em 525 pontos-base em 2022 e 2023.


No cenário doméstico

O mercado reagia positivamente à aprovação pela Câmara dos Deputados do regime de urgência para duas propostas que integram o pacote fiscal do governo, o que elimina a exigência de determinados prazos e acelera a tramitação.


Os investidores têm mostrado pessimismo em relação ao pacote — que prevê uma economia de R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos — após ele ter sido anunciado junto de um projeto de reforma do Imposto de Renda (IR), gerando dúvidas sobre o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas.


“Espera-se que com a aprovação da Câmara, com essa pauta de urgência, os receios possam ser amenizados e que as propostas tramitem ainda este ano para aprovação”, completou Riauba.


Na curva de juros brasileira, as taxas dos DIs apresentavam leve alta, refletido a percepção de agentes financeiros de que a economia brasileira está operando com potencial inflacionário, o que necessitaria um maior aperto monetário pelo Banco Central.


Operadores colocavam 66% de chance de uma alta de 0,75 ponto percentual na reunião do Copom na próxima semana, a última do ano.


Além disso, entre os dados econômicos, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7 bilhões em novembro, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) divulgados hoje.


O montante é fruto de US$ 28 bilhões em exportações contra US$ 21 bilhões em importações.


O resultado representa queda de 20% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado, quando o saldo foi de US$ 8,8 bilhões.


 


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