O dólar fechou a sessão desta terça-feira (3) em queda frente ao real, após operar com volatilidade ao longo do dia e se manter acima dos R$ 6. O mercado repercutiu aos dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para o terceiro trimestre e segue na expectativa dos números de emprego dos Estados Unidos.
O dólar à vista encerrou hoje em baixa de 0,05%, a R$ 6,0624 na venda. Na última segunda-feira (2), a divisa norte-americana fechou o dia com alta de 1,07%, cotado a R$ 6,0652 — maior valor nominal de fechamento da história.
Já o Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, fechou o pregão em alta de 0,72%, a 126.139,20 pontos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou mais cedo que a economia brasileira desacelerou sua expansão no terceiro trimestre do ano, em linha com a projeção de economistas consultados pela Reuters, mas manteve um nível de resiliência, levantando a possibilidade de maior aperto monetário pelo Banco Central.
O mercado continua mostrando pessimismo com o duplo anúncio feito pelo governo na semana passada, que propôs um esperado pacote de contenção de gasto junto de uma reforma do Imposto de Renda que pegou os investidores de surpresa.
No cenário externo, agentes financeiros se posicionam para a divulgação de dados de emprego nos EUA, com destaque para o relatório sobre criação de vagas em novembro, a ser divulgado na próxima sexta-feira (6), em busca de sinais sobre a trajetória de juros do Federal Reserve.
Economia brasileira
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,9% no terceiro trimestre deste ano. Segundo o IBGE, as altas nos Serviços (0,9%) e na Indústria (0,6%) contribuíram para essa taxa positiva, ainda que a Agropecuária tenha recuado 0,9% no período. Em valores correntes, foram gerados R$ 3,0 trilhões.
No segundo trimestre, o PIB registrou avanço de 1,4% na comparação com os três meses anteriores, em dado não revisado pelo IBGE. Em relação ao terceiro trimestre de 2023, o PIB avançou 4,0%, contra expectativa de 3,9% nessa base de comparação.
No acumulado do ano até setembro, o Brasil acumula crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2023. O IBGE também revisou a expansão do PIB brasileiro em 2023 a 3,2%, de 2,9% antes.
A atividade econômica brasileira vem mostrando resiliência com resultados que têm surpreendido, devido principalmente a um mercado de trabalho forte com ganhos de renda, além de melhores condições de crédito.
Para Fabrício Norbim, especialista da Valor Investimentos, o desempenho acima do esperado do PIB ainda não melhora significativamente a percepção de risco fiscal no Brasil.
“Isso reforça a avaliação do mercado de que o Copom, provavelmente, terá que adotar uma postura mais rígida para conter a pressão inflacionária, considerando que a economia segue bastante aquecida, como evidenciado por esse resultado”, avaliou.