Dólar cai e fecha a R$ 6,07 com alívio após falas de Lula sobre fiscal e Galípolo

O dólar recuou pelo segundo dia consecutivo ante o real nesta sexta-feira, após o Banco Central injetar mais 7 bilhões de dólares no mercado para segurar as cotações e o Senado concluir a votação do pacote fiscal do governo, em um dia marcado ainda pela queda da divisa norte-americana no exterior.


Durante a tarde, comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Banco Central e a área fiscal também forem bem-recebidos, consolidando o recuo firme das cotações.


Em um vídeo publicado no Instagram, Lula afirmou que Galípolo tem sua confiança e de “toda a equipe” e que ele será o mais importante presidente do BC. Lula também afirmou que seu governo segue atento para a eventual necessidade de novas medidas na área fiscal, após as ações para proteger o arcabouço.


Ao lado de Lula no vídeo estavam Galípolo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.


Qual é a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,87%, cotado a 6,0710 reais. Ainda assim, no acumulado da semana marcada por forte volatilidade nos mercados a divisa subiu 0,69%, em meio à desconfiança dos investidores na política fiscal.


Na quinta-feira, após cinco pregões consecutivos de alta, em que acumulou valorização de 5,2%, o dólar à vista encerrou o dia em baixa de 2,29%, cotado a 6,1243 reais, ainda o segundo maior valor nominal de fechamento da história.


Dólar comercial

  • • Compra: R$ 6,071
  • • Venda: R$ 6,071

Dólar turismo

  • • Compra: R$ 6,188
  • • Venda: R$ 6,368

O que aconteceu com dólar hoje?


Desde quinta-feira da semana passada, a autarquia já vendeu mais de 23,75 bilhões de dólares em uma série de intervenções no câmbio, incluindo vendas à vista e leilões de linha (dólares com compromisso de recompra) em meio à forte desvalorização da moeda brasileira em decorrência de receios fiscais dos investidores.


Além das intervenções do Banco Central, a aprovação do pacote fiscal também contribui para alívio da pressão cambial.


O mercado considera positiva a aprovação do pacote fiscal na Câmara e Senado, mas persiste a insatisfação com a desidratação das medidas e vê necessidade de mais medidas de contenção de despesas para o cumprimento do arcabouço fiscal em 2025, segundo head da mesa de operações da StoneX Banco de Câmbio, Marcio Riauba.


A apreciação do parecer da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e no Congresso também ficaram para o ano de 2025, após o recesso parlamentar.


A queda do dólar é ajudada também pelo recuo externo da divisa norte-americana ante pares rivais e emergentes pares do real, e também dos juros dos Treasuries. Nos EUA, a Câmara dos Representantes rejeitou o plano que evitaria paralisação do governo americano. Investidores temem também uma postura mais dura pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) com os juros no ano que vem por conta dos riscos inflacionários com as políticas de isenção de impostos, aumento de tarifas comerciais e expansão do gasto público do presidente eleito Donald Trump.


Em relação ao pacote fiscal, após aprovar o PLP e a PEC, o Senado ainda deve votar hoje, a partir das 10 horas, o projeto de lei ordinária (PL) que limita o crescimento real do salário mínimo a 2,5% ao ano e estabelece mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC).


Já na Câmara, após aprovação do pacote fiscal ontem, haverá hoje uma sessão deliberativa extraordinária virtual, às 11 horas.


A pauta do plenário ainda não foi divulgada. Segundo líderes, a expectativa é de que haja pautas leves e de que sejam apreciados projetos e urgências que ficaram sem exame nas últimas sessões e que foram demandados por parlamentares.


No exterior, a inflação nos Estados Unidos, medida pelo índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), registrou alta de apenas 0,1% em novembro na comparação mensal, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (20). Na base anual, o indicador avançou 2,4%, abaixo da estimativa de 2,5% do mercado, mas ainda acima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve (Fed), banco central americano.


 


 


 


(Com Reuters e Estadão)


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