Ícone do site Ecos da Noticia

Butantan pede aprovação de vacina contra a dengue em dose única à Anvisa

Detalhe do mosquito aedes aegypti, que transmite a dengue (Foto: Reprodução/OMS)

O Instituto Butantan apresentou nesta segunda-feira (16) um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o registro de sua nova vacina contra a dengue, a Butantan-DV. O imunizante seria o primeiro do mundo a ser aplicado em dose única. Se aprovado, o Butantan afirma que poderá produzir até 100 milhões de doses nos próximos três anos, com a expectativa de disponibilizar um milhão já em 2025.


De acordo com Esper Kallás, infectologista e diretor do Instituto Butantan, a vacina representa um marco significativo na saúde pública e na ciência do Brasil. Ele expressou confiança nos resultados da análise da Anvisa, enfatizando a importância da vacina tanto em nível nacional quanto internacional. A aprovação da vacina poderá levar à sua incorporação ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) pelo Ministério da Saúde, ampliando a oferta de proteção contra a dengue no país.


Os estudos clínicos da vacina foram concluídos em junho, após cinco anos de acompanhamento de 16.235 voluntários com idades entre 2 e 59 anos. Resultados iniciais, publicados na revista The New England Journal of Medicine, mostraram que a vacina reduziu o risco de dengue em 79,6%, com uma eficácia ainda maior de 89,2% entre aqueles com histórico prévio da doença. Um monitoramento mais longo, publicado na The Lancet Infectious Diseases, revelou que a eficácia contra infecções se manteve em 67,3% após 3,7 anos da vacinação.


A vacina Butantan-DV é tetravalente, ou seja, oferece proteção contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. No entanto, durante os testes, não foram detectados casos dos tipos DENV-3 e DENV-4, impossibilitando a estimativa de proteção contra essas linhagens. Para os sorotipos DENV-1 e DENV-2, a eficácia foi de 75,8% e 59,7%, respectivamente. Os dados indicam que a proteção conferida pela vacina é comparável àquela observada na vacina Qdenga, aprovada pela Anvisa no ano passado.


Neste ano, o Brasil registrou um número recorde de casos e mortes pela doença. Até agora, foram contabilizados 6,6 milhões de infecções e 5,9 mil mortes em 2024. A inclusão da vacina do Butantan no PNI seria um passo importante para enfrentar a epidemia, uma vez que a Takeda, responsável pela vacina Qdenga, conseguiu fornecer apenas 6,6 milhões de doses em 2024, insuficientes para atender a demanda.


Sair da versão mobile