Suplente trans decapitada em Mato Grosso: PSDB pede investigação de facções

Reprodução/ Redes sociais

O presidente do PSDB Mato Grosso fez um alerta para que se enfrente efetivamente a atuação das facções criminosas no estado após o homicídio da suplente de vereadora e cantora trans Santrosa (PSDB), de 27 anos. A parlamentar foi encontrada decapitada e com as mãos e pés amarrados, em uma região de mata, na zona rural da cidade de Sinop. O caso aconteceu no domingo (10/11).


“Essa situação do crime organizado está passando de todo e qualquer limite. Isso deixa a sociedade toda apavorada. Fazer esse tipo de coisa é uma clara tentativa de mostrar que quem abrir a boca vai morrer. Quem se colocar contra morre. Ou a gente age rapidamente, as forças de segurança precisam agir rapidamente, ou vamos ficar em situação insustentável e insuportável”, afirmou o deputado Carlos Avallone, presidente da sigla no Mato Grosso.


Avallone conta que Santrosa tinha uma boa relação com o partido, que ela defendia “muito” a comunidade onde morava e fazia enfrentamento ao poderio de facções.


Ainda de acordo com Avallone, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP- MT) foi acionada logo que o parlamentar tomou conhecimento do assassinato. “Eu liguei na hora que tomei conhecimento da informação. Falei com o coronel Fernando e eles já estão com algumas linhas de investigação. Hoje, ainda, chegando na Assembleia, vou falar com o presidente [José Eduardo] Botelho para elaborarmos uma carta pedindo providencias do Estado e também ao ministro da Justiça”, afirmou.


O delegado do caso, Braulio Junqueira, confirmou que uma das linhas de investigação é o envolvimento de organizações criminosas como o PCC e CV no crime.


Ao Metrópoles, o presidente nacional do partido, Marconi Perillo, afirmou que recebeu a notícia do assassinato com “enorme indignação” e que o crime demonstra “brutalidade extrema”. Leia a nota na íntegra:


“O PSDB recebeu com profunda tristeza e enorme indignação a notícia da morte da cantora Santrosa, transexual, que foi candidata a vereadora pelo PSDB em outubro, em Sinop (MT). Ela foi encontrada morta decapitada, com mãos e pés amarrados, demonstrando uma brutalidade extrema. Manifestamos toda nossa solidariedade à família, aos amigos e a todos que admiravam seu trabalho e sua luta. O PSDB acompanhará atentamente as investigações deste crime e cobrará punição aos responsáveis. É inaceitável que atos de intolerância e preconceito continuem a ameaçar a vida de brasileiros. O Brasil não pode tolerar extremismos. Precisamos de um país que seja seguro para todos.”


O caso

A suplente de vereadora e cantora trans Santrosa (PSDB), de 27 anos, foi encontrada decapitada e com as mãos e pés amarrados, em uma região de mata, na zona rural de Sinop, a 480 km de Cuiabá (MT), no início da tarde desse domingo (10/11). Até o momento, a polícia não confirmou a motivação do crime.


Santrosa tinha um canal no YouTube onde compartilhava clipes de suas músicas, no gênero pop e funk. De acordo com a Polícia Civil, ela havia saído de sua residência por volta das 11h de sábado (9/11) e não retornou. Familiares relataram que a vítima tinha um show marcado no período da noite, mas não compareceu.


Em 2024 ela foi candidata a vereadora nas eleições municipais pelo PSDB e recebeu 121 votos válidos. Atualmente estava como suplente. Na política, Santrosa defendia pautas voltadas ao fomento e acesso à cultura para comunidades periféricas do município em que vivia.


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