Apesar de já ter iniciado o mês de novembro, conhecido por ser a época que marca o período chuvoso, a população acreana ainda sofre com os efeitos da seca histórica que atingiu o Estado este ano. Um exemplo da situação climática extrema é enfrentada pela comunidade do Seringal Palmaripé, na zona rural de Feijó.
De lá, as cerca de 25 famílias que moram no local só conseguem chegar a cidade de barco ou andando. Acontece que o nível do Rio Jurupari está em uma condição nunca vista pelos moradores. O nível está tão baixo, que não é possível trafegar de canoa.
Um vídeo feito pela comunidade nessa quarta-feira, 6, e envidado ao ac24horas mostra as condições do rio praticamente sem água. “Infelizmente, essa é a nossa situação, esse vídeo foi minha esposa que fez ontem. Eu tenho 38 anos e desde que um ano que mora lá e nunca tinha visto essa situação”, conta Cirlândio Dimas.
A comunidade ficou conhecida após o vídeomaker do ac24horas, Kennedy Santos, mostrar o Projeto Envira/Amazonas que tem mudado a vida de dezenas de famílias do local com o reflorestamento de café (leia aqui).
Com o Rio Jurupari intrafegável, a única solução, mesmo em um caso de emergência de saúde, para chegar até Feijó, é caminhando durante quatro dias.
“Com o rio assim, o único jeito é andar. A gente já tem costume e anda ligeiro, mas mesmo assim, são quatro dias de viagem. E ninguém não chega nem na cidade, depois de toda essa pernada, vamos sair na beira do asfalto do quilômetro 45 da BR-364”, conta.
Outro problema enfrentado pela comunidade é o escoamento da produção. Sem acesso por ramal, os moradores estão impossibilitados de levar o que produzem para comercializar na cidade. “Por hora, a gente não consegue tirar nada, tem milho, farinha, tem alguns que ainda cortam seringa e não tem como trazer porque o acesso é só de barco ou a pé. Graças a Deus que ninguém passa fome porque a gente planta e tem criação de animais”, diz Cirlândio.