Polícia Federal  prende ‘coach do Bitcoin’ investigado por golpe de R$ 260 milhões

Rodrigo dos Reis Teixeira (Foto: Reprodução)

Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (7), no âmbito da “Operação Profeta”, o empresário e coach Rodrigo dos Reis Teixeira, investigado por criar um suposto esquema fraudulento com criptomoedas. Segundo as autoridades, o negócio teria causado prejuízos de aproximadamente R$ 260 milhões, afetando cerca de 10 mil pessoas.


Teixeira é o cabeça por trás da RR Consultoria, uma holding baseada no Rio de Janeiro que afirmava trabalhar com investimento em criptoativos. A empresa captava valores dos clientes e prometia devolver com retornos que poderiam chegar a 9% ao mês, algo atípico no mercado de renda variável.


Rodrigo Reis Teixeira, ‘coach do Bitcoin’. Foto: Reprodução

“Os investigados articularam uma complexa estrutura empresarial para captar investidores e, em seguida, se apropriar dos recursos aplicados e remetê-los para o exterior sem o conhecimento das vítimas. Os valores foram enviados ao exterior por meio de exchanges (corretoras de criptomoedas)”, disse a PF. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Teixeira. O espaço fica aberto para comentários.


Na operação desta quinta, policiais federais cumpriram um mandado de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão, na cidade do Rio de Janeiro e nos municípios paulistas de Barueri, Guarulho, Cajamar e Salto. Também foi determinado o sequestro de bens e valores no montante de R$ 262.799.248,97. As ordens judiciais foram expedidas pela 6ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro.


Os crimes investigados incluem delitos contra o sistema financeiro nacional – como apropriação indevida de valores, negociação de títulos ou valores mobiliários sem registro prévio e sem autorização da autoridade competente e fazer operar instituição financeira sem a devida autorização; e evasão de divisas). Outros crimes, segundo a PF, envolvem exercer a atividade de administrador de carteira no mercado de valores mobiliários sem a devida autorização, criar organização criminosa transnacional; e lavar dinheiro por meio de ativo virtual.


Como o esquema funcionava?

O esquema usava a religião para atrair suas vítimas. Foi por esse motivo, segundo a PF, que a ação recebeu o nome de “Operação Profeta”. Além disso, a RR Consultoria também apostava em eventos celebridades. Um das festas de fim de ano, conforme apuração da reportagem em outubro, contou até com o ator e empresário Felipe Titto, que já participou do programa de TV Shark Tank Brasil.


O negócio começou a ruir em 2022, o que causou uma onda de processos dos investidores lesados. No início deste ano, Teixeira chegou a concordar em pagar R$ 14 milhões em uma ação coletiva movida por um grupo de clientes, mas “não honrou nem a primeira parcela”, disse para o InfoMoney a advogada Larissa Gatto, que defende algumas das vítimas.


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