Um homem de 70 anos foi internado no último dia 20, no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ele é um dos pacientes infectados por HIV após receber um transplante, no seu caso, de fígado. Ele recebeu alta na última-sexta-feira, informa a Secretaria estadual de Saúde (SES-RJ).
Segundo noticiado pela BandNews FM, o homem — que havia recebido o transplante de fígado em maio — precisou ser internado após um quadro de pneumonia e, na unidade da Fiocruz, chegou a ser entubado, além de passar pelo CTI. A SES-RJ não divulgou detalhamento sobre a internação.
De acordo com o Ministério Público do Rio, o erro que levou seis pacientes a serem transplantados com HIV no Rio foi causado por uma tentativa do laboratório PCS Saleme de economizar. Na denúncia, a promotora afirma que todos os envolvidos, de forma consciente, sabiam que o controle de qualidade dos exames passou “a ser realizado de forma semanal, estando todos os denunciados plenamente conscientes de que os reagentes ficam degradados por permanecerem muito tempo na máquina analítica. Mas, ainda assim, permaneceram realizando exames e elaborando laudos nestas condições, para reduzir os custos dos exames e para permanecerem com seus empregos”.
Ao todo, seis pessoas ligadas ao Laboratório PCS Saleme foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio. Todos tiveram a prisão decretada pela Justiça no último mês de outubro. A Delegacia do Consumidor (Decon) também concluiu o inquérito e indiciou os seis sócios e funcionários do laboratório. Eles respondem por lesão corporal gravíssima por enfermidade incurável, associação criminosa, falsidade ideológica e por induzir consumidor a erro. Veja quem são os presos:
- • Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio do laboratório
- • Jacqueline Iris Barcellar de Assis, funcionária
- • Walter Vieira, sócio
- • Ivanilson Fernandes dos Santos, funcionário
- • Cleber de Oliveira Santos, funcionário
- • Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora
O pedido de prisão preventiva dos seis acusados consta na denúncia do MPRJ encaminhada à Justiça. O objetivo foi o de assegurar o andamento das investigações. “O que foi apurado neste procedimento não foi um fato isolado, resultado de uma conduta negligente. Mas demonstram a indiferença com a vida e a integridade física dos pacientes transplantados e demais pacientes recebem dos denunciados, que não hesitaram em modificar protocolos de segurança motivados apenas por dinheiro”, diz trecho do documento, assinado pela promotora Elisa Ramo Pittaro Neves.