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Motoristas reclamam da falta de blitz em bairros periféricos de Rio Branco

Foto: Imagem da internet/reprodução

Trabalhar à noite como motorista de aplicativo em Rio Branco é um desafio, antes de tudo, para a segurança de quem se arrisca a ganhar a vida no período noturno da capital acreana. Nesta época de final de ano, os crimes contra quem trabalha no ramo aumentam ainda mais.


A reportagem do ac24horas conversou com alguns profissionais que trabalham no período da noite. Pedindo anonimato, já que todos “rodam” bairros considerados perigosos na capital acreana, falaram sobre os perigos do trabalho.


Apenas na noite de terça-feira, 5, três casos de violência teriam sido registrados envolvendo motoristas. “Foram três casos, um rapaz foi sequestrado, com outro houve a tentativa de sequestro e um terceiro companheiro nosso de trabalho, os bandidos embarcaram, mas quando escutaram que estavam sendo monitorados, pediram para parar e desceram do carro. A gente sai de casa, sem saber se vai voltar vivo”, diz um motorista de aplicativo.


Uma das principais reclamações é em relação à falta de blitz em pontos que os profissionais consideram estratégicos para a segurança de quem trabalha no ramo. “No final do ano esses incidentes aumentam, essa época que tem mais dinheiro rolando. Infelizmente não aumentam o número de blitz que poderia sufocar os bandidos, mas teria que ser em pontos estratégicos, como a Região do Calafate, do 2º Distrito, Cidade do Povo, Rosalinda, mas as poucas que fazem é pelo centro da cidade e só pegam quem está com documento atrasado”, reclama outro profissional.


Com o relato de falta de segurança, os próprios profissionais criam códigos e condutas de segurança para tentar diminuir os casos de violência. “Todo colega usa um rádio no próprio celular. Quando a gente vai para um bairro que acha que tem algum problema, você informa estou embarcando uma pessoa em tal lugar e o meu destino é, tal. Usamos um código para dizer que a a corrida tem problema e aí os outros colegas que fazem parte do grupo começam a te monitorar e acompanhar a corrida”, explica.


O motorista, que costuma trabalhar à noite para conseguir faturar um pouco mais, conta outros truques para tentar evitar ser vítima de bandidos. “São cuidados simples, mas importantes que adotamos como vidro levantado, porta travada, se a rua for sem saída, a gente só entra de ré, não desliga o carro, fica atento nos retrovisores para ver quem está chegando. Se o pedido for de feito por uma mulher e aparecer homem, a gente já acelera e vai embora. O que a gente orienta é que se tiver dúvida, não para, vai embora. Infelizmente, em uma cidade como a nossa, o jeito é se apegar com Deus”, relata.


Conforme outro profissional ouvido pelo ac24horas, a principal modalidade de ocorrências envolvendo motoristas de aplicativos é o uso dos veículos por criminosos para fazer os “corres”. “É o que mais acontece. No lugar de terem que roubar um carro para praticar um assalto ou matar alguém em acerto de contas, ter que quebrar o vidro, fazer ligação direta, eles pedem um Uber que já vem abastecido, é um carro desconhecido, usam o motorista para levá-los e ainda roubam o nosso dinheiro e celular. É assustador”, afirma.


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