Justin Welby renuncia ao cargo de arcebispo de Canterbury devido a escândalo de abuso

Justin Welby durante visita a El Salvador 04/06/2024 REUTERS/Jose Cabezas

O Arcebispo de Canterbury, Justin Welby, o clérigo mais graduado da Igreja da Inglaterra, renunciou “com pesar” nesta terça-feira, dizendo que não conseguiu garantir uma investigação adequada sobre as alegações de abuso que teria sido realizado por um voluntário em acampamentos de verão cristãos décadas atrás.


Welby, também líder espiritual de 85 milhões de anglicanos em todo o mundo, enfrentou pedidos para renunciar depois que um relatório na semana passada descobriu que ele não havia tomado medidas suficientes para deter o abusador em série mais prolífico da Igreja.


Em sua carta de renúncia, Welby disse que deve assumir “responsabilidade pessoal e institucional” pela falta de ação em relação aos “abusos hediondos”.


“Os últimos dias renovaram meu sentimento de vergonha, há muito sentido e profundo, pelas falhas históricas de proteção da Igreja da Inglaterra”, disse Welby.


“Espero que essa decisão deixe claro quão seriamente a Igreja da Inglaterra entende a necessidade de mudança e nosso profundo compromisso de criar uma igreja mais segura. Ao deixar o cargo, faço isso em pesar com todas as vítimas e sobreviventes de abuso.”


O Arcebispo de York, Stephen Cottrell, o segundo clérigo mais importante da Igreja, chamou a renúncia de Welby de “a coisa certa e honrosa a se fazer”.


O mandato de Welby cobriu uma década de grande agitação, na qual ele foi forçado a navegar por disputas sobre direitos homossexuais e mulheres clérigas entre igrejas liberais, principalmente na América do Norte e no Reino Unido, e suas contrapartes conservadoras, especialmente na África.


É provável que as igrejas anglicanas de países africanos como Uganda e Nigéria recebam bem a renúncia de Welby, depois de terem dito no ano passado que não tinham mais confiança nele.


Os principais desafios de seu sucessor incluirão manter unida a comunidade anglicana mundial, que está cada vez mais dividida, e tentar reverter o declínio na frequência à igreja, que caiu um quinto no Reino Unido desde 2019.


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