Em entrevista ao ac24horas na manhã deste sábado, 23, o ex-governador Jorge Viana falou com emoção sobre a perda de Flaviano Melo, líder político que deixou um legado significativo para o Acre. As falas ocorreram durante o velório de Flaviano que acontece no Palácio Rio Branco. Flaviano morreu aos 75 em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), em São Paulo na última quarta-feira (20).
O ex-governador compartilhou que, apesar de serem adversários em vários momentos da política acriana, sempre houve uma relação de respeito e admiração entre ele e Flaviano. “Havia uma conexão dos nossos pais. O seu Raimundo Melo, meu pai, eram vereadores juntos, e isso nos deu uma origem comum na vida”, contou Viana.
Ele destacou que foi no governo de Flaviano Mello, em 1986, que recebeu o convite para trabalhar na Funtac, onde ajudou a sugerir a criação da instituição e, posteriormente, foi nomeado diretor de estudos e pesquisas. A colaboração entre eles se estendeu com o pai de Viana, que também ocupou uma pasta no governo de Flaviano. “Tenho uma gratidão por esse período, e o resto é a nossa luta pelo Acre”, afirmou.
Para Viana, Flaviano foi um político inovador, que se destacou como engenheiro de alianças e um verdadeiro construtor do estado. “Ele inovou como prefeito e foi ainda mais longe como governador. Sua trajetória vai ocupar um lugar nobre na história acreana, coisa que nem todos conseguem. Ele agora entra para a história do Acre, mas entra com um H maiúsculo, uma história grande do Acre, coisa que nem todo mundo entra”, disse Viana.
Viana também fez um alerta sobre a atual política do Acre, lamentando que muitas lideranças sigam uma trajetória oposta à de Flaviano, focando em agendas que dividem e não constroem. “Eu lamento que hoje em dia muitos que ocupam um cargo político tem uma trajetória completamente diferente dessa, é uma coisa de trabalhar para dividir, com as agendas que não constroem nada”, disse Viana.
Para ele, o exemplo de Flaviano, com sua dedicação à política e ao Acre, é o que deve ser seguido pelas atuais gerações de líderes. “O Flaviano não, era uma ação positivista de construir, de mudar a realidade do nosso estado, por isso que eu digo que é com esse legado que ele entra para a história e vai ocupar um espaço nobre na história do povo acreano e deve servir de exemplo, especialmente para quem ocupa cargo nesses tempos”, afirmou.
Quando questionado sobre a relação com o MDB após o falecimento de Flaviano, Viana optou por manter o foco na homenagem. “Eu estou aqui para prestar a minha homenagem ao Flaviano. A história dele requer isso nesse momento”, disse.
“O Flaviano dedicou sua vida ao partido e à política, e isso é algo que a gente não vê mais nos dias de hoje. Ele deve ser lembrado como uma das maiores lideranças políticas do Acre das últimas décadas”, concluiu.
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