Novembro traz um dos eventos mais esperados do ano pelo varejo: a Black Friday. Embora a última sexta-feira do mês seja o marco do consumo, as vendas costumam permanecer aquecidas até os dias que antecedem o Natal. Por isso, todo cuidado é pouco com os golpes digitais na Black Friday e nas semanas posteriores à data que, historicamente, crescem a cada ano.
Por meio da campanha Tem Cara de Golpe, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) divulgou uma série de orientações sobre medidas de segurança nas compras. A ideia, segundo a presidente da entidade, Silvia Scorsato, é justamente capacitar a população para que possa se proteger de golpes neste período.
“Com a criatividade dos criminosos em constante evolução, é fundamental que todos estejam atentos e preparados para identificar sinais de golpes, especialmente em momentos de grande atividade comercial”, alerta Silvia.
A seguir, confira alguns dos golpes mais comuns e o que fazer para não cair neles.
1 – Site falso
Os sites falsos costumam acenar com valores muito abaixo do mercado e, normalmente, aparecem em promoções relâmpago, justamente para induzir à urgência na compra.
Se o site é desconhecido, é importante pesquisar sobre a empresa – se possui Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), se tem endereço e CNPJ, se há reclamações de usuários, e assim por diante.
Outro ponto importante é prestar atenção em detalhes visuais. Às vezes, o layout até é convincente, mas imagens de baixa qualidade ou erros gramaticais, por exemplo, podem ser indícios de que o site não é confiável.
Checar o domínio do site também ajuda a perceber uma possível fraude. Recentemente, um consumidor relatou à ABBC que quase caiu em um golpe ao tentar adquirir uma moto por leilão. Ele enviou documentos pessoais para o site e chegou a receber o contrato com a descrição completa da moto, valor, endereço de retirada do bem e outras informações.
“Fiquei desconfiado, pois tudo parecia muito certinho. Daí, resolvi pesquisar e descobri que todos os sites de leilão devem terminar em ‘.com.br’, e aquele só tinha ‘.com’. Por pouco, não caí no golpe”, relata o consumidor.
2 – Phishing (link falso)
De acordo com a ABBC, o Brasil lidera o ranking mundial nesse tipo de golpe.
O phishing nada mais é do que aquele link que chega por e-mail ou mensagem de celular, anunciando alguma promoção ou sorteio ou pedindo alteração de senhas, por exemplo. Ao clicar em um link falso, o usuário é direcionado para um site falso que pede informações pessoais – como senhas e números de documentos, por exemplo – e essas informações vão parar nas mãos dos golpistas
Especialistas já alertam há tempos, mas não é demais relembrar: nunca se deve clicar em um link desconhecido, mesmo que enviado por contatos ou grupos do WhatsApp. Aqui, também valem as mesmas recomendações contra sites falsos: prestar atenção em erros ortográficos, ofertas urgentes ou muito vantajosas e endereço da URL.
3 – Falsa central de atendimento
Esse tipo de golpe também chega até a vítima em tom de urgência.
Um dos exemplos mais comuns é o de atendentes de bancos, que ligam avisando sobre movimentação suspeita na conta, clonagem de cartão, falha em alguma operação que precisa ser refeita ou alguma outra anormalidade. Para “resolver” o problema, o golpista pede, em tom cordial, que o usuário informe os seus dados pessoais e, com isso, faz saques, compras e empréstimos em nome do titular.
Nesses casos, a orientação é sempre desconfiar de ligações urgentes e nunca compartilhar dados pessoais. Lembrando também que nenhum banco liga para clientes pedindo senhas ou outras informações pessoais.
Como alerta a ABBC, “se você estranhar o papo, desligue na hora”.
4 – Boleto falso
O boleto falso também está entre os golpes virtuais que mais lesam os brasileiros. Isso porque o documento costuma ser quase idêntico ao emitido pelos bancos, operadoras de celular e lojas.
Esse tipo de golpe também se beneficia da falta de atenção da vítima, pois sempre há alguma informação no boleto falso que diverge do original. Mas, na pressa, a pessoa acaba pagando, e só se dá conta da fraude quando o dinheiro já foi parar na conta dos criminosos.
Foi o que quase aconteceu com um consumidor, que relatou à ABBC ter recebido por e-mail um boleto supostamente emitido pela Claro.
“Eu realmente tinha um débito junto à operadora, e o valor do boleto era igual ao da minha dívida”, disse. Porém, quando abriu o documento, achou estranho o nome do emitente e não realizou o pagamento.
Além de checar com atenção os detalhes do boleto (seu nome, quem emitiu, valor e código do banco), outra orientação da ABBC é de que, na dúvida, o usuário procure emitir o documento direto no site ou no aplicativo oficial do credor.
5 – Golpe via WhatsApp
Velho conhecido, o golpe do WhatsApp tem cada vez mais variações. A mais comum é quando o criminoso cria um perfil falso de algum contato da vítima, com fotos normalmente tiradas de redes sociais, e avisa que aquele é o seu novo número. Depois, inventa algum motivo para fazer a pessoa transferir dinheiro – uma doença, um acidente, ou mesmo uma necessidade financeira.
Outro formato é quando o golpista entra em contato se dizendo funcionário de algum banco ou empresa e oferecendo algum produto ou serviço. Assim que convence a vítima, como explica a ABBC, ele avisa que irá enviar um código para confirmação. Porém, o tal código de verificação é o do seu WhatsApp – se compartilhado, a conta é clonada, e o golpista tem acesso aos dados do usuário. Dessa forma, acessa a agenda de contatos e pede dinheiro em seu nome.
Para não cair nesse golpe, uma das dicas da ABBC é ativar a verificação em duas etapas do WhatsApp. O recurso dificulta a ação de criminosos, pois eleva a segurança e privacidade da conta. Outras recomendações são nunca fornecer o código verificador recebido via SMS e instalar um antivírus confiável no celular.
A campanha Tem Cara de Golpe conta com o apoio do Banco Central e de 84 instituições financeiras. Para saber mais sobre fraudes e dicas de prevenção, basta acessar o site: Tem Cara De Golpe – Campanha de Prevenção a Fraudes da ABBC