O número de mortos na Espanha continua subindo após enchentes repentinas que causaram grande devastação. A região de Valência foi a mais afetada, e as autoridades alertam que a quantidade de vítimas fatais, que chegou a 205, pode aumentar.
Com isso, socorristas abriram um necrotério temporário no centro de convenções Feria Valencia, nos arredores da cidade de Valência. Os primeiros corpos foram enviados ao local nesta sexta-feira (1°).
As inundações também afetaram a cadeia de abastecimento de suprimentos das áreas afetadas, sendo que água potável engarrafada estava acabando em alguns lugares.
No subúrbio de Paiporta, moradores estavam se revezando para proteger as lojas depois que as autoridades disseram que 50 pessoas foram presas por saques.
Nesta sexta, equipes de resgate continuam as buscas por desaparecidos. Cerca de 500 soldados foram mobilizados para a região de Valência para auxiliar essas operações e ajudar os sobreviventes da tempestade.
Com cerca de 75 mil casas ainda sem eletricidade, os bombeiros estavam desviando gasolina de carros que haviam sido abandonados nas enchentes para geradores de energia para repor o abastecimento doméstico.
Piores inundações na Europa desde 1970
Esse é o pior desastre relacionado a inundações da Espanha na história moderna e o mais mortal a atingir a Europa desde a década de 1970, quando 209 pessoas morreram na Romênia.
O número elevado de vítimas fatais gerou raiva e tristeza, e algumas pessoas acusaram as autoridades de estarem mal preparadas e de não terem alertado os cidadãos de maneira eficaz e rápida sobre os perigos representados pela tempestade.
Entenda o fenômeno que causou enchentes
As inundações que mataram centenas de pessoas na Espanha foram causadas por um sistema climático destrutivo conhecido localmente DANA, uma sigla em espanhol para Depressão Isolada de Alta Altitude.
Com este fenômeno, o ar frio e quente se encontram e produzem poderosas nuvens de chuva, um padrão que cientistas acreditam estar se tornando mais frequente devido às mudanças climáticas.
Ao contrário de tempestades ou rajadas comuns, o DANA pode se formar independentemente de correntes polares ou subtropicais.