O dólar abriu em alta nesta segunda-feira (11), em mais um pregão em que o foco dos investidores são as contas públicas. O mercado aguarda, desde o fim das eleições municipais, o anúncio de um pacote de corte nos gastos que equilibre as contas do governo e possibilite o cumprimento do arcabouço fiscal.
O governo passou toda a última semana reunido para discutir um plano para o controle das despesas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inclusive sinalizou que tinha a previsão de anunciar as medidas ainda na semana passada.
No entanto, o pacote ainda não saiu e frustrou as expectativas do mercado financeiro. Segundo Haddad, o presidente Lula ainda quer apresentar as medidas aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, porque o pacote contém medidas legislativas que precisam de apoio para aprovação.
A equipe econômica, então, continua discutindo o pacote nesta semana. Especialistas explicam que, quanto mais tempo o governo demorar para anunciar o plano de corte de gastos, mais o mercado fica desconfiado e busca formas de proteger seus investimentos, o que valoriza o dólar em detrimento do real.
Dólar
Às 9h45, o dólar subia 1,17%, cotado a R$ 5,8044. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira (8), a moeda subiu 1,09%, cotada a R$ 5,7372. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7903.
Com o resultado, acumulou:
- • queda de 2,26% na semana;
- • recuo de 0,76% no mês;
- • ganho de 18,23% no ano.
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na sexta, o índice encerrou em baixa de 1,43%, aos 127.830 pontos, no menor nível desde 7 de agosto.
Com o resultado, acumulou:
- • queda de 0,23% na semana;
- • perdas de 1,45% no mês;
- • recuo de 4,74% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Desde o fim do segundo turno das eleições municipais, no final de outubro, o mercado aguarda o anúncio de um pacote de cortes de gastos. O objetivo é tentar equilibrar os cofres públicos e ajudar o governo a cumprir suas metas fiscais.
A equipe econômica passou a última semana inteira debruçada em reuniões com os ministérios para negociar a redução das despesas e, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o anúncio de como e de quanto serão esses cortes deve chegar em breve.
As propostas avaliadas, no entanto, têm encontrado resistência de ministros que não desejam perder recursos em suas áreas. Nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou nove ministros de pastas que tratam das áreas econômica e social, além de outros nomes do governo.
O tema é importante para o mercado financeiro porque há uma percepção de que, sem os cortes, o governo não será capaz de honrar o arcabouço fiscal — que é o conjunto de regras que determina, entre outros pontos, quanto o país pode gastar.