O dólar fechou a quinta-feira em baixa ante o real, ainda que limitada, interrompendo uma sequência recente de ganhos, com investidores se apegando à possibilidade de que o pacote fiscal do governo Lula atinja cifras acima do que vinha sendo esperado.
No exterior, o dólar seguiu sustentando ganhos ante boa parte das demais divisas, em mais um dia de “Trump trade”.
Nesta sessão, a moeda seguiu firme nos mercados globais, em sustentação de seu movimento recente impulsionado pela vitória de Trump na eleição presidencial dos EUA na semana passada, com o republicano também conduzindo seu partido à conquista do controle das duas Casas do Congresso.
Qual foi a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou o dia em leve baixa de 0,09%, cotado a 5,7862 reais. Nesta semana encurtada pelo feriado da Proclamação da República na sexta-feira, a divisa acumulou alta de 0,85%.
Às 17h06, o dólar para dezembro — o mais líquido atualmente no Brasil — cedia 0,37%, aos 5,7955 reais.
Dólar comercial
- • Compra: R$ 5,786
- • Venda: R$ 5,786
Dólar turismo
• Compra: R$ 5,842
• Venda: R$ 6,022
O que acontece com o dólar hoje?
Investidores estão precificando os possíveis efeitos das medidas econômicas prometidas por Trump, que incluem tarifas e cortes de impostos. Segundo analistas, os planos do presidente eleito têm potencial inflacionário, o que pode fazer o Federal Reserve manter os juros elevados nos EUA.
“A ver quais serão as medidas que o Trump vai tomar. Espera-se um dólar mais forte nesta gestão, mas ainda falta algo de concreto para a gente poder analisar”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
Diante dessa perspectiva, os rendimentos dos Treasuries têm apresentado ganhos sólidos nas últimas sessões, favorecendo a moeda norte-americana.
Os mercados ainda estão se ajustando à redução das expectativas por cortes de juros pelo Fed devido à força que a economia dos EUA tem demonstrado em dados recentes.
No cenário doméstico, o mercado segue na espera do anúncio de medidas fiscais pelo governo, que busca garantir a sustentação do arcabouço fiscal no longo prazo e afastar as dúvidas dos investidores sobre seu compromisso com o equilíbrio das contas públicas.
Na quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o pacote fiscal será “expressivo”, mas disse não saber se há tempo hábil para o governo anunciar as medidas ainda nesta semana.