Apoiadores de Evo Morales invadiram o quartel militar do Regimento “Cacique Juan Maraza”, no município de Villa Tunari, na região de Cochabamba, na Bolívia, armados com bastões de madeira, e fizeram militares como reféns.
Em um vídeo que circula em redes sociais, pelos menos 10 militares aparecem cercados por camponeses que carregam bastões pontiagudos feitos de madeira. Segundo a agência estatal de notícias da Bolívia, trabalhadores de saúde também estão entre os aprisionados.
“Cortaram nossa água, nossa luz e nos tomaram como reféns”, narra um deles.
O militar que fala no vídeo pede o fim da intervenção aos bloqueios de apoiadores de Morales e clama que seu superior considere o pedido.
“A vida de todos os meus instrutores e dos meus soldados está em perigo (…) por favor, meu general, solicito que considere. Estamos pais, filhos, irmãos, famílias inteiras aqui”, expressa.
A presidência boliviana confirmou à CNN que os militares ainda não foram libertos. Segundo a agência estatal de notícias, um segundo quartel, também em Cochabamba, foi cercado por simpatizantes de Evo.
A invasão do quartel acontece, segundo a agência estatal do país, como resposta às operações do governo de Luis Arce para dissolver os bloqueios de estrada que vêm sendo realizados há cerca de 20 dias por apoiadores de Morales.
Nesta sexta-feira (1), o ministro da Defesa da Bolívia, Edmundo Novillo, afirmou que “a paciência e a tolerância têm limites” e que o governo se viu na obrigação de “tomar ações institucionais garantindo a livre circulação”.
Tratores e forças de segurança foram enviados para dissolver os bloqueios e houve confrontos entre manifestantes e policiais.
Os protestos acontecem contra a possível prisão do ex-presidente, investigado por supostas relações sexuais com uma menor de idade.
Morales diz estar sendo perseguido por Arce, ex-aliado, com quem tem um confronto aberto. O líder indígena chegou a ser intimado a prestar depoimento, mas não compareceu.
No último fim de semana, Morales publicou um vídeo em que aparece sofrendo um ataque a tiros e seu carro atingido por disparos. Ele afirma que o governo Arce tentou assassiná-lo.
As autoridades bolivianas, no entanto, afirmam que Morales passou por um bloqueio policial e disparou contra agentes.